Praças registram boi gordo a 200/@; Confira previsões dos especialistas

Neste momento, os pecuaristas brasileiros tentam, com bastante dificuldade, segurar os preços do boi gordo nos patamares atuais, enquanto as indústrias apresentam programações de abate bem confortáveis. Tal conjuntura, diz a Agrifatto, aumenta a chance de novas quedas da arroba no curtíssimo prazo (próxima quinzena do mês), observam os analistas; confira

A pressão baixista sobre os preços do boi gordo ganhou força em várias praças de produção e comercialização do país, refletindo a abundante oferta de animais terminados. De acordo com análises de especialistas do setor, a conjuntura atual está fortemente influenciada pelo quadro climático desfavorável, marcado por chuvas escassas no Centro-Oeste e Sudeste brasileiro, somado a temperaturas elevadas.

Em algumas regiões, como São Paulo e Goiás, os negócios estão sendo realizados abaixo das referências médias, indicando uma tendência de continuidade desse movimento no curto prazo. O analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, destaca que a redução das chuvas e o calor intenso têm diminuído a capacidade de retenção dos pecuaristas, resultando em maior oferta de animais no mercado.

Neste momento, os pecuaristas brasileiros tentam, com bastante dificuldade, segurar os preços da arroba nos patamares atuais, enquanto as indústrias apresentam programações de abate bem confortáveis. Tal conjuntura, diz a Agrifatto, aumenta a chance de novas quedas da arroba no curtíssimo prazo (próxima quinzena do mês), observam os analistas.

“Com uma postura mais agressiva, os frigoríficos conseguiram alongar o atendimento das escalas para 12 dias, na média nacional”, relata a Agrifatto. Porém, pelos dados apurados pela consultoria, nesta quarta-feira (15/5), os preços do boi gordo ainda permaneceram estáveis nas principais praças do País. No entanto, reforça a Agrifatto, “a tendência aponta para ajustes negativos imediatos nas cotações do animal terminado”.

“A expectativa, a partir de agora, é de uma redução na demanda interna de carne bovina, um reflexo da maior descapitalização da população”, afirmam os analistas, referindo-se ao natural esgotamento dos salários pagos aos trabalhadores no início do mês.

Enquanto isso, os pecuaristas brasileiros sentem mais dificuldade em segurar as boiadas gordas nas fazendas, devido à queda de qualidade das pastagens, consequência da chegada do período seco nas regiões do Brasil Central.

É preciso levar em conta também o atual processo de descarte de fêmeas, que continua fortalecido, conforme destaca o economista Yago Travagini, da Agrifatto. “São 15 meses consecutivos com participação de fêmeas acima da média histórica mensal, o que ajuda a explicar o enfraquecimento nos preços do boi gordo”, afirma o analista.

Preços do boi gordo

São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de treze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$207,50. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de treze dias;

Pará — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de treze dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;

Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;

Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias;

Paraná — O boi vale R$220,00 por arroba. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias.

No mercado futuro, o pregão da B3 registrou desvalorização para a maioria dos contratos do boi gordo, de acordo com a Agrifatto. O contrato com vencimento em maio/24 foi negociado em R$ 224,10/@, uma queda de 0,60% em relação ao dia anterior.

O indicador do boi gordo CEPEA/B3 de 15/05/2024, registrando um valor de R$ 226,50, reflete a pressão baixista sobre os preços do mercado bovino. Com uma variação de -0,22% no dia e -1,24% no mês, os números indicam um cenário de ajustes negativos nas cotações do animal terminado, em meio à oferta abundante e à demanda interna enfraquecida.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina têm se mantido firmes, embora haja indicativos de uma menor demanda na segunda quinzena do mês. Os valores estáveis, como o quarto traseiro cotado a R$ 17,90 por quilo, o quarto dianteiro a R$ 13,70 por quilo e a ponta de agulha a R$ 13,15 por quilo, sugerem uma estabilidade momentânea, mas a expectativa é de possíveis ajustes negativos devido à pressão da oferta de animais e ao enfraquecimento da demanda.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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