Com risco de quebra na safra, produtor de cana deve investir em manejo eficaz de pragas; preocupação surge, especialmente, em um momento de bons preços pagos por tonelada de cana
Por Homero Moreschi* – O índice de chuvas abaixo da média acende o alerta do produtor para uma redução na produtividade dos canaviais em 2021 – cenário que repetiria 2017 e 2018, de acordo com dados do IBGE. Essa preocupação surge, especialmente, em um momento de bons preços pagos por tonelada de cana, que tem variado de R$ 84,00 a R$ 143,00, considerando diversas praças.
Como a seca deve persistir ao longo dos próximos meses, com o avanço do outono e a chegada do inverno, o agricultor deve investir em manejo seguro de insetos, fungos e plantas daninhas, evitando diminuir o risco de uma quebra na safra e maximizando sua rentabilidade. A adoção de soluções eficazes ajuda a garantir altas produções e também inclui a adoção de bioestimulantes que ajudem o cultivo a atingir seu máximo potencial genético.
O combate às pragas e doenças é preocupação constante de quem cultiva. No primeiro trimestre deste ano, o uso de defensivos agrícolas chegou a US$ 323,1 milhões apenas em cana, que está consolidada como a quarta cultura que mais exige investimentos em insumos, de acordo com o Sindiveg.
Um dos grandes inimigos a serem combatidos no campo é a cigarrinha-das-raízes. Alguns levantamentos apontaram que o inseto – quando não contido adequadamente – pode causar até 80% de perda na produção e ocasionar uma queda de aproximadamente 30% na qualidade de matéria-prima. Outras pragas com incidência em alta são o bicudo e a broca.
Inseticidas que combinam os ingredientes acetamiprido e bifentrina têm sido importantes aliados do produtor no combate aos insetos. Essa composição tem apresentado o melhor choque da classe, paralisando os danos de forma imediata. Os ativos em combinação ainda oferecerem alta eficiência, com efeito prolongado e residual, desde que utilizados de forma correta e segura, de acordo com as indicações de profissionais.
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O controle de pragas é somente um passo para dar mais produtividade e – longevidade – para os canaviais. Outra etapa importante, em especial durante ambientes climáticos desfavoráveis para a cana soqueira, é a utilização de tecnologias de biossoluções. Essa categoria inclui produtos biológicos e de nutrição inovadora, além dos fisioativadores, que estimulam a planta a se desenvolver com mais vigor, produtividade e qualidade.
Esta é a hora de utilizar tecnologias que favoreçam o alto desempenho dos canaviais, visando não apenas os bons preços, mas a certeza de ter resultado positivo na lavoura, mesmo com obstáculos climáticos que devemos enfrentar nos próximos meses. A combinação de bioestimulação com controle de pragas é a chave para o sucesso dos agricultores que buscam maior rentabilidade em momento de instabilidade econômica no país.
Por Homero Moreschi, engenheiro agrônomo, especialista em economia e gestão do agronegócio, que atua com customer marketing de cana na UPL Brasil.