Postura dos frigoríficos dá suporte para avanço da arroba do boi

Apesar dos três elos da cadeia pecuária terem apresentado valorização no comparativo anual, o começo do ano é historicamente marcado por pressões negativas advindas do mercado interno.

O mercado do boi gordo segue firme e com os preços variando positivamente. O destaque do dia foi Tocantins que registrou um aumento de 1,52% no preço do boi gordo e fechou o dia a R$ 288,34/@. Paraná, Rondônia, São Paulo registraram aumentos de 1,13%, 0,82% e 0,74%, respectivamente. Na B3, os vencimentos futuros registraram estabilidade, com destaque para jan/25, que registrou alta de 0,65% e fechou o dia cotado a R$ 324,55/@.

A expectativa de um 2025 com o preço do boi gordo em alta tem se confirmado pelo comportamento de preço no mercado futuro do boi gordo, especialmente quando avaliamos os contratos com vencimento um pouco mais à frente, como o de maio, por exemplo.

O mês de dezembro de 2024 ficou marcado pela movimentação oposta entre boi gordo e carne bovina no varejo. Enquanto o boi gordo recuou no comparativo mensal, a carne bovina no varejo paulista anotou valorização de 4,66% e fechou o mês a R$ 48,45/kg, recorde histórico.

Apesar dos três elos da cadeia pecuária terem apresentado valorização no comparativo anual, o começo do ano é historicamente marcado por pressões negativas advindas do mercado interno.

Preço médio da arroba de boi gordo no Brasil

  • São Paulo: R$ 326,92 a prazo (R$ 325,25)
  • Minas Gerais: R$ 312,94 (R$ 311,47)
  • Goiás: R$ 312,14 (R$ 311,43)
  • Mato Grosso do Sul: R$ 319,89 (R$ 318,30)
  • Mato Grosso: R$ 311,96 (R$ 304,80).

Segundo o consultor de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade desse movimento no curto prazo, em linha com a posição das escalas de abate, apertadas em grande parte do país.

“E isso ocorre em um ambiente em que o pecuarista encontra boas condições para negociar, com pastagens possibilitando ao criador adotar a retenção como estratégia neste início de temporada”, indica.

Iglesias comenta ainda que as exportações em grande nível são uma tendência clara para 2025, com o Brasil permanecendo como melhor alternativa global para o fornecimento da carne bovina.

Isso se concretizará em janeiro de 2025?

Frigorifico
Foto: Edemir-Rodrigues

Frigoríficos retomam postura compradora

Pesquisas do Cepea mostram que o consumo interno de carne continua dando suporte aos preços no atacado e, com isso, frigoríficos retomam a postura compradora, dispostos a elevar os valores pagos por novos lotes de boi gordo. Na maioria das regiões consultadas pelo Cepea, têm sido captados negócios acima dos preços verificados no final do ano.

No mercado futuro, operadores também vêm ajustando para cima os valores dos três próximos vencimentos (contratos Janeiro/25, Fevereiro/25 e Março/25).

Segundo pesquisadores do Cepea, a margem obtida com a carne ajuda bem a explicar a disposição dos frigoríficos. A diferença entre o valor pago pela arroba aos pecuaristas (estado de São Paulo) e o obtido com a venda de 15 quilos da carne com osso, no atacado da Grande São Paulo, se mantém muito atraente, em torno dos 30 Reais/arroba. Essa margem é uma das maiores do histórico do Cepea, ligeiramente abaixo do recorde de dezembro (a média mensal foi 32,17 Reais/arroba).

Com informações de Cepea, Agrifatto e Safras & Mercado

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