Porto investe R$ 750 milhões para dar mais opções ao agro brasileiro

Porto de Itapoá deve inaugurar a expansão de sua estrutura física, o investimento foi na casa de R$ 750 milhões; Terminal integra o segundo maior agrupamento de portos de contêineres do país

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 2,9% em 2023, com um valor total de R$ 10,9 trilhões. Em 2022, a taxa de crescimento havia sido 3%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (1°) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta do PIB no ano foi puxada por uma alta recorde de 15,1% do setor agropecuário, o maior avanço desde o início da série histórica da pesquisa, em 1995. Também apresentaram aumentos os setores da indústria (1,6%) e do serviços (2,4%). “A agropecuária cresceu 15,1% no ano passado, puxada muito pelos crescimentos nas produções de soja e milho, duas das mais importantes lavouras do Brasil”, explicou a pesquisadora do IBGE, Rebeca Palis. “A indústria extrativa mineral, com a extração de petróleo e minério de ferro, cresceu bastante também”.

Porto de Itapoá em Santa Catarina - navio
Foto: Divulgação

Visando esse crescimento, principalmente do agro, o Porto de Itapoá, em Santa Catarina, vai inaugurar nas próximas semanas a expansão de sua estrutura física, obra que dele elevar em cerca de 50% sua capacidade operacional. O investimento, de R$ 750 milhões nessa etapa, vem atender à perspectiva de aceleração da atividade do terminal de contêineres, que fechou 2023 com um movimento de 1 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

Itapoá é um dos quatro terminais que compõem o chamado cluster sul, juntamente com Paranaguá, Itajaí e Navegantes. Trata-se do segundo maior grupamento de portos de contêineres no Brasil, perdendo apenas para o de Santos. Seus sócios são a Maersk, com 30% do capital, e a holding Portinvest, com 70%. A gestora BRZ detém 49% da holding por meio de três fundos de private equity.

Segundo Ricardo Propheta, sócio da BRZ, a obra de expansão amplia o pátio de 300 mil para 455 mil metros quadrados. A obra inclui um armazém, que permitirá que o importador guarde a carga e faça o desembaraço alfandegário de forma aos poucos. Parte dessa área já está operacional, e o restante aguarda a finalização de questões burocráticas para ser utilizada.

“O mercado de portos tem se desenvolvido muito, a um ritmo acelerado, e por isso os planos de expansão que seriam para 2025 foram antecipados”, explica Propheta. Além da área física, o terminal ganhou novos equipamentos, como um portêiner e cinco RTGs híbridos controlados remotamente. “Estamos na briga dos novos terminais. Itapoá já nasceu moderno, seria competitivo em qualquer lugar do mundo. A diferença em relação a portos da Ásia é o tamanho, já que o mercado brasileiro é bem menor”, afirma.

O porto de Itapoá, mesmo com o porte menor do que seus pares da região, vem crescendo a ritmo acelerado. Em 2018, o terminal havia concluído a expansão de sua capacidade de 500 mil para 1,2 milhão de TEUs, que foi praticamente toda utilizada no ano passado. Daí a necessidade de acelerar o projeto, que conferiu 600 mil TEUs adicionais ao porto. “Ocupar essa capacidade adicional leva tempo, porque é preciso que as empresas redirecionem suas cargas, assim como as companhias de navegação ajustem suas rotas”, diz Propheta.

A obra foi financiada em parte pela emissão de uma debênture de R$ 750 milhões em dezembro de 2021 – operação que teve por objetivo também o alongamento da dívida do porto. A outra parte foi bancada pelo fluxo de caixa da companhia. “A gente tem planos de continuar expandido o porto, que atende a uma região economicamente muito ativa, rica tanto em termos de cidades como de indústrias exportadoras”, diz Propheta. Segundo a companhia, o plano é investir mais R$ 2 bilhões nos próximos 10 anos em expansão.

Ele observa que, em tese, um porto de contêiner não tem uma vocação para um produto específico. Mas a localização geográfica acaba levando à presença mais constante de alguns produtos, como celulose, carga frigoríficas e automóveis.

Porto de Itapoá em Santa Catarina - navio
Foto: Divulgação

Porto Itapoá é o porto privado que mais cresceu no Brasil em 2023

O Porto Itapoá conquistou a notável posição de 4º lugar no ranking da ANTAQ e o terminal de contêineres de uso privado com maior crescimento do Brasil no ano de 2023, em relação a 2022. No último ano, o Porto Itapoá movimentou mais de 1 milhão de TEUs, registrando um aumento impressionante de 20,3% em comparação com o movimentado em 2022. Esse incremento – além de ser o maior entre os portos privados – é o maior entre os cinco principais movimentadores de contêineres do Brasil. Esta conquista reflete o comprometimento e a eficiência operacional do Porto Itapoá em contribuir significativamente para o setor portuário brasileiro.

Segundo o presidente do Porto Itapoá, Cássio Schreiner, o aumento do volume do mercado associado à chegada de novos serviços contribuiu para o crescimento das operações. “Temos crescido ano após ano, estando sempre entre os maiores terminais de contêineres do Brasil desde o início das operações do Porto Itapoá. Nosso planejamento é desenvolvido para alcançarmos três objetivos: gerar valor social, ambiental e econômico. Quando trabalhamos nesta perspectiva e focamos na agregação de valor aos nossos clientes e parceiros, o reconhecimento e resultado vêm muito mais rapidamente.”, disse.

Com informações de Lucinda Pinto do InfoMoney

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