E por que a Embrapa também tem o seu, com 2,1 milhões de amostras vegetal, animal e de microorganismos
O Svalbard Global Seed Vault (Cofre Global de Sementes de Svalbard) é mais do que um abrigo para sementes: é um pilar para a segurança alimentar global. Localizado na gelada Noruega, país com temperatura média de -10°C, mas que pode descer abaixo de -30°C, como em 6 de janeiro de 2024 – a mínima histórica foi em 1886, de -51,4°C –, o banco é uma segurança importante da biodiversidade global.
Para o Brasil, responsável por uma parcela significativa da economia e da segurança alimentar mundial, o cofre é uma segurança para a resiliência das culturas e das pesquisas de sua produtividade frente a desafios climáticos e sanitários. O Brasil tem 4.757 amostras depositadas, incluindo milho, feijão, mandioca e pimentas nativas.
Da parte do Brasil, a responsável pelo envio das sementes desde julho de 2008, quando foi assinado o acordo de cooperação, é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No mais recente pacote de sementes enviadas estão variedades crioulas cultivadas por comunidades tradicionais e espécies comerciais, como arroz e milho. Esses depósitos garantem que o país tenha um backup genético seguro para enfrentar desafios como estiagens, pragas e mudanças climáticas.
Em 2020 também, pela primeira vez, a pesquisadora Rosa Lia Barbieri, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade localizada em Brasília, passou a ocupar uma cadeira no Painel Consultivo Internacional (IAP, sigla em Inglês), na gestão do Seed Vault. Na época, a Embrapa era a única instituição de pesquisa da América Latina presente no Painel.
Mas o Seed Vault também enfrenta desafios. A dependência de financiamentos internacionais e a falta de colaboração efetiva entre bancos genéticos dificultam a conservação a longo prazo. Além disso, o aumento das tensões geopolíticas e o impacto das mudanças climáticas reforçam a necessidade de ações coordenadas para proteger os recursos fitogenéticos.
Por isso, a instituição foi além. Em 2014, foi criado o Banco Genético da Embrapa, inaugurado em Brasília, para reunir coleções de recursos genéticos animais, vegetais e de microrganismos. As instalações incluem câmaras frias para sementes (-18°C), conservação in vitro (10°C e 20°C), tanques criogênicos para tecidos e células (-196°C) e ultrafreezers para DNA (-80°C).
Hoje, a unidade Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, localizada em Brasília, possui um dos maiores acervos do mundo de coleções genéticas. O banco também atua em parceria com universidades, associações de criadores e agricultores e outras instituições de pesquisas. Além disso, preserva linhagens comerciais e materiais de programas de melhoramento e inovação no campo.
Nas coleções estão 2,1 milhões de amostras distribuídas entre diferentes coleções. Confira o que é cada uma delas:
- Banco Genético Animal: 61 gêneros e 68 espécies. 37.187 indivíduos representados. Quase 2 milhões de amostras armazenadas.
- Banco de Microrganismos: 344 gêneros e 330 espécies. 7.185 acessos com 12.337 amostras, essenciais para o controle biológico, fertilidade do solo e agroindústria.
- Banco Genético Vegetal: 373 gêneros e 1.183 espécies. 123.600 acessos e 152.816 amostras de sementes. Capacidade para armazenar até 900 mil amostras em câmaras frias a -18°C.
Quer conhecer de perto o Svalbard Global Seed Vault e o Banco Genético da Embrapa? O Svalbard Global Seed Vault não está aberto ao público. O acesso ao cofre é restrito a cientistas, técnicos de bancos de sementes e representantes de instituições depositantes, que têm permissão para realizar os depósitos ou manutenções específicas. Mas é possível uma visita virtual à região: clicar aqui.
O Banco Genético da Embrapa está aberto a visitas técnicas e de interesse geral. O agendamento é por meio do Núcleo de Comunicação Organizacional da Embrapa no e-mail: recursos-geneticos-e-biotecnologia.imprensa@embrapa.br ou pelos telefones +55 (61) 3448-4769 / 3448-3266.
Fonte: Forbes
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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