As interrupções no fornecimento da Rússia e da Ucrânia, que juntas respondem por 30% das exportações mundiais de trigo e 20% das exportações de milho
A invasão russa da Ucrânia, uma importante região produtora de cereais do mundo, elevou os preços do trigo a máximas de 14 anos, forçando os consumidores de pão a arcar com os custos.
A invasão da Rússia em 24 de fevereiro prejudicou severamente o comércio dos portos do Mar Negro, elevando os preços de referência do trigo em Chicago em 40% e empurrando ainda mais a inflação global de alimentos que já era a mais alta em uma década.
As interrupções no fornecimento da Rússia e da Ucrânia, que juntas respondem por 30% das exportações mundiais de trigo e 20% das exportações de milho, irão corroer a segurança alimentar de milhões de pessoas, com o Oriente Médio e o norte da África especialmente vulneráveis devido à sua dependência de importações, disse Julie Marshall, porta-voz do Programa Alimentar Mundial.
“Infelizmente para o curto e médio prazos, a inflação dos alimentos e o custo dos produtos de panificação nos Estados Unidos vão subir mais. Isso afetará mais os mais vulneráveis da nossa sociedade”, disse Robb MacKie, presidente e executivo-chefe da Associação Americana de Padeiros.
Semanas antes do último pico de preço do trigo, a Calgary Italian Bakery em Alberta aumentou os preços em 7% para acompanhar os custos associados à seca canadense do ano passado e à inflação nos preços da farinha e do fermento.
Agora, Louis Bontorin, co-proprietário da empresa familiar de 60 anos, teme que precisará aumentar os preços significativamente de novo, depois de esgotar seu suprimento de farinha de quatro a cinco meses.
“Isso pode ser muito, muito devastador”, disse Bontorin. “O pão é um dos fundamentos, o essencial, e essa é a parte difícil. Você está tentando pegar apenas o que precisa, mas também está ciente do efeito (preço mais alto) que isso tem no consumidor.” A ameaça ao fornecimento de trigo pela invasão da Ucrânia pela Rússia foi exacerbada por uma queda nos estoques globais dos principais exportadores.
Fonte: Revista Globo Rural