Em janeiro, o preço pago aos produtores mais que duplicou, com uma variação de 146%, conforme relatado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Em janeiro, os consumidores brasileiros experimentaram um aumento significativo no preço da cenoura, tornando-se o alimento com a maior elevação no mês passado, registrando um aumento de 43,85%. No período de 12 meses encerrado, aqueles que pretendiam adquirir o produto para consumo doméstico se depararam com um aumento de 77%, marcando a maior alta no segmento no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A explicação para esse encarecimento da cenoura remonta às condições no campo. Em janeiro, o preço pago aos produtores mais que duplicou, com uma variação de 146%, conforme relatado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A chamada raiz “suja” atingiu uma média de R$ 121,17 por caixa de 29 quilos em Cristalina (GO) e em Minas Gerais.
Os pesquisadores especializados em hortifrútis do Cepea destacam que as primeiras semanas do mês passado foram marcadas por chuvas intensas e calor, prejudicando o desenvolvimento das plantações. Essas condições climáticas adversas também propiciaram o surgimento de doenças, como a “mela” (decorrente da podridão em solo excessivamente úmido) e a “pinta” (responsável por manchas que levam ao descarte da produção).
As safras de verão no Rio Grande do Sul e na Bahia foram particularmente afetadas pelo clima, ampliando as possibilidades de uma oferta mais restrita nos meses de fevereiro e março.
A desvalorização do preço da cenoura no campo torna-se evidente em fevereiro, conforme indicado pelo Cepea. Os especialistas atribuem a redução das cotações à diminuição da demanda, influenciada pelo final do mês e pela escassa procura, especialmente da Bahia, que optou por manter sua própria oferta em vez de adquirir o produto de Minas Gerais.
Mesmo com essa diminuição, os valores da cenoura permanecem superiores aos de 2023. Na região de São Gotardo (MG), a caixa contendo 29 quilos da raiz “suja” registrou uma desvalorização de 18,7%, mantendo um valor médio de R$ 100. Comparativamente, no mesmo período do ano anterior, o preço era de R$ 50 por caixa.
Destaca-se que, embora a inflação em janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tenha atingido 0,42%, inferior à taxa de dezembro (0,56%), e uma alta de 4,51% nos últimos 12 meses, inferior aos 4,62% no período anterior, os alimentos desempenharam um papel significativo no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O avanço no índice de preços foi liderado pelo grupo Alimentação e Bebidas, registrando um aumento significativo de 1,38%. Em comparação, em dezembro, a inflação desses produtos foi de 1,11%. A despesa com refeições em casa aumentou em 1,81% para os brasileiros. Além da cenoura, outros itens alimentícios também apresentaram elevações, incluindo batata-inglesa (+29,45%), feijão-carioca (+9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%).
André Almeida, gerente do IBGE e responsável pela pesquisa, observou que os fatores climáticos desempenharam um papel significativo no comportamento dos preços dos alimentos, resultando na maior alta desde outubro de 2022.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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