Por que ladrões roubaram pedras de boi em Barretos?

O recente roubo de R$ 2 milhões em pedras de boi em Barretos evidenciou não apenas o valor financeiro dessas formações, mas também levantou uma onda de dúvidas e curiosidades sobre elas; entenda melhor

O recente assalto em Barretos, onde criminosos levaram uma quantia impressionante de 2 milhões em pedras de boi, trouxe à tona a curiosidade e o questionamento sobre a natureza dessas pedras, seu uso e por que são tão valiosas. Para desvendar esses mistérios, o G1 conversou com Daniela Gomes da Silva, pesquisadora da Clínica Médica da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Alvo do roubo milionário, a pedra da vesícula de boi, também conhecida como pedra de fel ou cálculo biliar bovino, possui alto valor agregado. O assalto gerou uma onda de dúvidas e curiosidades sobre o que são as pedras de boi, sua origem, usos e por que são tão valiosas. Entenda um pouco melhor sobre o ocorrido e sobre a função desses cálculos.

Como foi o roubo?

O crime que chocou Barretos se desenrolou de maneira audaciosa e perigosa. Na Rodovia Brigadeiro Faria Lima, abaixo do viaduto José Sebastião Domingos, um carro transportador de pedras de boi foi alvo de criminosos. Segundo relatos, três bandidos abordaram o veículo das vítimas. Com agressividade, dois deles anunciaram o assalto, forçando a entrada no automóvel da transportadora.

Os criminosos levaram os funcionários para um local isolado, um canavial, onde os amarraram. No entanto, em meio ao desastre, uma reviravolta ocorreu quando uma das vítimas conseguiu se soltar utilizando um canivete que estava em sua posse. Essa pessoa libertou os colegas do cativeiro no canavial.

Os bandidos fugiram do local levando consigo não apenas as pedras de boi, cujo valor ultrapassa os R$ 2 milhões, mas também celulares e dinheiro pertencentes aos funcionários rendidos.

O que são as pedras de boi?

As pedras de boi, também chamadas de pedras de fel ou cálculos biliares bovinos, são formações resultantes do acúmulo de sais biliares e cálcio na vesícula de alguns animais, predominantemente bovinos. Esses cálculos, no entanto, não estão presentes em todos os bichos, tornando a fonte mais comum as vesículas biliares retiradas durante o processo de abate nos frigoríficos. Para se ter noção, até 200 mil cabeças de gado são necessárias para produzir 1kg do cálculo biliar.

Qual o uso mais comum?

Segundo Daniela, as pedras de boi têm um papel significativo na medicina tradicional chinesa, sendo utilizadas no tratamento de diversas condições, como convulsões, desmaios, febre e outras doenças. Além disso, essas pedras também são conhecidas por seu estímulo às ostras na produção de pérolas, apresentando uma versatilidade surpreendente em diferentes aplicações.

Por que são tão valiosas?

A raridade é o fator primordial que confere valor às pedras de boi. Especialistas ressaltam que, especialmente no caso das pedras maiores, sua ocorrência é extremamente rara, tornando-as verdadeiros achados. No mercado asiático, onde a demanda por essas pedras é significativa, o preço pode atingir até US$ 50 por grama, destacando a escassez e a exclusividade desses minúsculos tesouros.

O crime em Barretos: Reflexo da crescente demanda?

O recente roubo de R$ 2 milhões em pedras de boi em Barretos evidencia não apenas o valor financeiro dessas formações, mas também levanta questões sobre a crescente demanda por elas. O assalto chama a atenção para a necessidade de maior segurança nessa indústria específica e para a necessidade de compreender melhor a complexidade envolvida na produção e no comércio dessas pedras raras.

O assalto milionário gerou não apenas prejuízos financeiros, mas também gerou uma onda de dúvidas e curiosidades sobre o que são as pedras de boi, sua origem, usos e por que são tão valiosas. A busca por respostas continua, enquanto a indústria se depara com desafios de segurança e a sociedade se informa sobre a peculiaridade e a raridade dessas pedras que, apesar de seu pequeno tamanho, carregam consigo um valor que transcende seu peso em ouro.

Escrito por Compre Rural com informações do G1.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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