Geneticista da USP Pirassununga diz que avaliação genética é a melhor predição possível do que um reprodutor, ou matriz, tem para transmitir para as próximas gerações.
Ao adquirir um reprodutor, o pecuarista busca um macho que seja fértil e capaz de transmitir genes que contribuam para melhorar os índices zootécnicos da fazenda. Mas como saber se um tour tem potencial melhorador? A ciência já mostrou que informações de pedigree e avaliação visual sozinhas não são eficazes para determinar a qualidade de um reprodutor. A melhor maneira de medir o valor genético de um tour é pela avaliação genética. Mas, afinal, o que é avaliação de matemática?
Segundo o professor José Bento Sterman Ferraz, geneticista da USP Pirassununga, avaliação genética é a melhor predição possível do que um reprodutor, ou matriz, tem para transmitir para as próximas gerações. Ele complementa: “Precisamos nos lembrar que quando compramos touros, matrizes ou sêmen não estamos comprando um animal, mas sim a qualidade de seus filhos”.
Na prática, avaliação genética nada mais é que a predição de DEPs (diferenças esperadas na progênie) a partir do processamento de uma série de dados de cada animal do rebanho. Com as DEPs em mãos, é possível classificar os animais de acordo com o seu valor genético e identificar os indivíduos superiores para uma ou mais características.
Por exemplo, se o tour A tem DEP de Peso à Desmama de 5 e o tour B de -2, isso quer dizer que os filhos do tour A serão desmamados com 5kg a mais que a média do rebanho, enquanto os do tour B ficaram 2kg abaixo. Na comparação entre os dois, a diferença no peso médio à desmama da progênie será de 7kg em favor do tour A. Vale lembrar que só é possível comparar DEPs entre touros de um mesmo programa de seleção, já que os números são sempre relativos à média da base de comparação.
Apesar do conceito ser simples, o informado das DEPs requer a aplicação de modelos complexos, capaz de considerar um grande volume de dados coletados a campo e, no caso do Programa de Seleção da CFM, também informações genômicas, além de todas as relações de parentesco entre os animais do rebanho.
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O Programa de Melhoramento Genético da CFM surgiu em 1980 já com o foco de selecionar animais da raça Nelore a partir de uma avaliação objetiva, apoiada nas mais modernas técnicas de melhoramento animal. A CFM foi pioneira no uso de DEPs e conta, há mais de 25 anos, com a parceria dos geneticistas da USP Pirassununga para realização da avaliação genética do rebanho. Em pouco mais de 40 anos de seleção, o CFM já produziu mais de 45 mil touros e seus bancos de dados contam com mais de 540,00 animais medidos.
Mais informações sobre o Programa de Melhoramento Genético da CFM em www.agrocfm.com.br.
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