Marcos Fava Neves traz os principais números das exportações do agro brasileiro e avalia que “empate” é um grande resultado.
Em agosto de 2024, as exportações do agro alcançaram US$ 14,1 bilhões, queda de 9,5% em relação aos US$ 15,6 bilhões exportados no mesmo mês de 2023.
A redução se deve à diminuição tanto no volume exportado quanto nos preços dos produtos, impactados pela queda das vendas de milho e pela redução dos preços internacionais.
Os cinco setores que mais contribuíram para o valor exportado representam 78,6% do total.
Complexo soja
O complexo soja registrou US$ 4,5 bilhões em vendas. A queda de -19,7% foi provocada pela redução do volume embarcado (-4,1%) e valor negociado (-12,8%), devido a preços menores, influenciados pela expectativa de uma safra grande nos Estados Unidos e no Brasil.
Carnes
As “Carnes” atingiram US$ 2,2 bilhões. O crescimento de +5,6% foi impulsionado pelo recorde nas exportações de carne bovina, com destaque para o aumento de volume exportado (245,36 mil t | +15,7%).
Para a carne de frango (356,9 mil t | -13,1%), as vendas externas foram afetadas em função do foco de Newcastle em julho, que acabou restringindo a produção do Rio Grande do Sul para alguns importadores. Mas em menos de uma semana, o Governo já comunicou o fim do foco da doença. E os suínos (+6,1 mil t | +4,5%) foram compensados por aumento na demanda de alguns países.
Complexo sucroalcooleiro
O terceiro setor que mais contribuiu vendeu US$ 1,8 bilhão (-0,9%) ao exterior. Embora o volume exportado de açúcar tenha sido recorde (3,9 mi de t), a oferta brasileira no mercado internacional pressionou o preço médio, levando a ligeira queda no valor total.
Cereais, farinhas e preparações
Na quarta posição, os “Cereais, farinhas e preparações” totalizaram US$ 1,3 bilhão. A queda significativa de -46,2% foi puxada pela menor colheita de milho na safra 2023/24, devido a problemas climáticos, resultando em forte diminuição nas exportações do grão (6,1 mi de t | -35,1%).
Produtos florestais
O setor “Produtos Florestais” somaram US$ 1,3 bilhão (+16,2%), impulsionados pela forte valorização no preço médio da celulose (+56,0%), mesmo com a queda no volume exportado (-9,2%).
Importações do agro
Já as importações de produtos agropecuários atingiram US$ 1,6 bilhão (+8,4%), em agosto. As compras de insumos também registraram variações relevantes, como o aumento de 15,4% em fertilizantes e 16,9% em nutrição animal, enquanto as aquisições de defensivos e máquinas agrícolas tiveram retrações de 27,0% e 4,1%, respectivamente.
No acumulado de 2024, de janeiro a agosto, o agro exportou US$ 111,76 bilhões, 0,6% a menos que no mesmo período de 2023. Como os preços estão, em geral, menores até o momento, praticamente empatar com o ano anterior é um grande resultado.
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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