
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram e ocuparam duas propriedades produtivas. Após determinação judicial, as fazendas foram desocupadas com o apoio da Polícia; Entenda
A manhã da terça-feira (3) foi marcada por tensões no município de Pedras Altas, no Rio Grande do Sul, quando manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam duas propriedades produtivas. Após determinação judicial, as fazendas foram desocupadas de forma pacífica, segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado, a reintegração de posse ocorreu de forma pacífica. “Não haviam argumentos para a invasão já que ambas propriedades são produtivas”, disse o órgão, que atendeu a ordem do governo gaúcho. As duas ações do MST fazem parte do chamado Natal com Terra e pedem agilidade na Reforma Agrária.
As propriedades invadidas
- Cabanha Santa Angélica: Fundada em 1870, a fazenda possui uma longa tradição na criação de cavalos crioulos, bovinos das raças Hereford e Braford, além de ovinos Romney Marsh e gado leiteiro.
- Fazenda Nova: Especializada na produção de grãos e gado de corte, está localizada na divisa entre Hulha Negra e Pedras Altas.
Ambas propriedades são produtivas e, segundo os proprietários, não justificam as invasões sob o argumento de terras improdutivas.
Operação de reintegração de posse
A ação de reintegração contou com o apoio de diversas forças policiais:
- O 5° Batalhão de Polícia de Choque (5º BPChq), de Pelotas, liderou as operações no local.
- O 6º Regimento de Polícia Montada (6º RPMon) e policiais de Pedras Altas atuaram no suporte.
- A Polícia Civil foi acionada para apurar possíveis elementos que contribuam para investigações futuras.
Segundo a Brigada Militar, a desocupação ocorreu de forma pacífica, sem resistência significativa por parte dos manifestantes.
A Brigada Militar informou, por meio de nota, que atuou como mediadora durante a operação de desocupação. O 5° Batalhão de Polícia de Choque (5º BPChq), com base em Pelotas, foi destacado para garantir a manutenção da ordem e realizar a reintegração de posse.
Além do apoio da unidade especializada, o Comando Regional de Policiamento Ostensivo da Fronteira Oeste mobilizou o 6º Regimento de Polícia Montada (6º RPMon), enquanto policiais locais de Pedras Altas participaram das ações de suporte operacional. A Polícia Civil também esteve presente nas propriedades para coletar informações que contribuam para as investigações em andamento.
Paralelamente, em Porto Alegre, o 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM) acompanha uma manifestação em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde aproximadamente 200 manifestantes do MST permanecem em vigília.
Segundo a Brigada Militar, a mobilização em Porto Alegre tem ocorrido de maneira pacífica, sem necessidade de intervenção policial até o momento.

Mobilizações do MST em outras frentes
Simultaneamente à ocupação, cerca de 200 manifestantes realizaram uma vigília na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre. Eles exigem a aceleração dos processos de reforma agrária, estagnados há mais de uma década. De acordo com o MST, aproximadamente 1,5 mil famílias estão acampadas no estado, aguardando assentamento.
Entre as principais demandas do movimento estão:
- Agilidade nas vistorias e compras de terras para assentamento de famílias.
- Aumento no orçamento destinado à reforma agrária.
- Demissão do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
Apesar das reivindicações, o governo federal argumenta que enfrenta limitações orçamentárias que dificultam a implementação das políticas.
Aumento nas tensões entre o MST e o governo Lula
Desde o início do terceiro mandato do presidente Lula, a relação entre o MST e o governo tem se deteriorado. O movimento aponta que os investimentos em reforma agrária estão cinco vezes menores do que os realizados em administrações anteriores do PT. Este ano, foram registradas 35 invasões de terras, um aumento de 150% em relação ao ano anterior.
A ação em Pedras Altas faz parte da mobilização “Natal com Terra”, organizada pelo MST para pressionar o governo por avanços nas políticas agrárias. Enquanto o movimento defende a necessidade de acelerar o processo de reforma, as invasões de terras produtivas geram debates acalorados sobre os limites das manifestações e os direitos de propriedade.
Repercussão
A retirada pacífica dos manifestantes foi celebrada por produtores rurais locais, que classificaram as ações como “desnecessárias” devido à produtividade das propriedades. Por outro lado, o MST reforça que a luta por terras é legítima e que a lentidão do governo em resolver o problema do déficit de assentamentos prejudica milhares de famílias em situação de vulnerabilidade.
O episódio reflete a crescente polarização em torno da reforma agrária no Brasil, um tema que permanece no centro das discussões políticas e sociais.
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