Polícia Civil de Minas Gerais com apoio da DEIC de São José do Rio Preto prende empresário suspeito de aplicar golpe em pecuaristas no interior de São Paulo; ação dos suspeitos foi denunciado pelo CompreRural em junho
Um caso denunciado pelo CompreRural em junho deste ano, enfim, alcançou as páginas policiais. A Operação “Lucro Sujo”, deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais com apoio da DEIC de São José do Rio Preto, teve como objetivo comprovar a prática do crime de estelionato na compra de gado praticado pelos autores que tem frigorífico em Rio Preto, bem como confinamento de bovinos na cidade de Ipiguá.
Nas ações investigadas, os autores ganharam a confiança das vítimas nas compras de gado fazendo pagamento à vista e depois começaram a comprar de animais a prazo mediante pagamento em cheques e depois passaram a não honrar os pagamentos dos cheques gerando um grande prejuízo às vítimas.
Assim, a Polícia Civil de Minas Gerais, através da Delegacia de Repressão a Crimes Rurais de Frutal/Minas Gerais, após tomar conhecimento do crime de estelionato praticado pelos investigados, instaurou o competente inquérito policial para apuração dos fatos.
Diante das diligências realizadas foram constatadas que os autores causaram um prejuízo de R$ 4,9 milhões às vítimas qualificadas no inquérito. “Analisando os boletins de ocorrências registrados nos Estados de Minas Gerais e de São Paulo, são mais de 25 ocorrências registradas por estelionato e apropriação indébita contra os investigados, onde o ‘modus operandi’ é a fraude na compra de bovinos mediante o pagamento de cheque sem provisão de fundos, gerando um enorme prejuízo para os produtores rurais”, consta em nota.
Estima-se que o prejuízo aos produtores rurais passa de R$ 10 milhões.
Na manhã desta quarta-feira, 16, policiais civis de Minas, com apoio da Deic do Deinter-5, cumpriram três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisões na cidade de Rio Preto, bem como tiveram dois veículos Hilux/Toyota apreendidos, R$ 13.654,00 apreendidos, uma prisão de investigado e será decretada a indisponibilidade de bens imóveis e valores que por ventura estejam em nome dos investigados.
Um dos donos do frigorífico foi preso sob suspeita de estelionato, um segundo suspeito é considerado foragido, segundo o delegado de polícia o suspeito teria evadido do local pouca antes da chegada das autoridades policiais.
Em junho deste ano o CompreRural, com exclusividade, publicou uma matéria denunciando a ação dos empresários, diante do não pagamento aos pecuaristas. A denúncia nos foi enviada pelo pecuarista Rodrigo Ribeiro Mendonça, de Tanabi.
Rodrigo nos contou, à época, que muitos dos pecuaristas são da região de São José do Rio Preto, Tanabi e também da região de Frutal, região do Triangulo Mineiro. O pecuarista revelou que há diversos valores que são requeridos pelos produtores, alguns com valores de R$ 14 mil a receber, outros com mais de R$ 3 milhões.
Em contato com o pecuarista, ele comentou sobre a prisão de um dos suspeitos. “É uma sensação de alívio saber que ele foi preso, mesmo o pai estando foragido. Isso nos dá um pouco de esperança e acreditar um pouco na justiça e que temos chance de receber agora” – disse Rodrigo.
Ainda segundo Rodrigo existe a possibilidade da polícia recuperar esse montante de dinheiro e pagar os produtores que venderam animais ao longos dos últimos anos pra eles e ficaram sem receber. “Essa prisão dele para a gente é uma sensação de liberdade, uma vitória praticamente porque o golpe foi muito grande”.
Rodrigo disse que nos últimos meses tentaram negociar os valores devidos, e por incrível que pareça, os proprietários do frigorífico conseguiram na justiça um mandado de segurança, impedindo a presença dos produtores próximo ao estabelecimento comercial. “Agora estamos com a sensação de poder voltar a acreditar que iremos receber. O que dá para te dizer no momento é isso aí, continuar tendo fé e acreditar” – finalizou o pecuarista.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
