Homem foi encontrado com o couro da onça abatida e materiais utilizados na caça de animais silvestres; No vídeo grupo ainda debocha durante as filmagens.
As imagens são extremamente absurdas e não podem se tornar comuns, de forma alguma. Um homem foi preso em flagrante após afirmar ter matado uma onça-preta na área indígena Arariboia, no município de Arame, a 476 km de São Luís. A prisão foi feita pela Polícia Civil, na tarde dessa quarta-feira (20), após o caçador ter divulgado nas redes sociais um vídeo em que segura o animal minutos após o abate. Segundo os pesquisadores, essa espécie está ameaçada de extinção.
A imagem abaixo é chocante e revoltante. Odiamos publicá-la, mas achamos necessário que os brasileiros saibam que esse tipo de crime continua sendo cometido em nosso país.
Lembrando que, antes de mais nada, os caçadores que são legalizados e fazem um belo trabalho de controle de população de animais como o javali e seus cruzamentos precisam ser respeitados e, atitudes como essas, acabam desfavorecendo a classe e abrindo precedentes ruins.
Ainda no vídeo, é possível ver o deboche do homem que exibe o animal morto, dizendo que quem o matou foi o “boi da Aldeia”, que ele é bravo e que ninguém deve passar na frente. Lembrando que a caça de animais silvestres, exceto o Javali, é expressamente proibida por lei no país.
De acordo com informações da Polícia Civil, o suspeito, que não teve a identidade revelada, foi encontrado com o couro da onça abatida, duas armas de fogo do tipo espingarda, munição calibre 20mm, pólvora e material utilizado na prática de caça de animais silvestres.
O caçador permanecerá à disposição da Justiça e o inquérito prosseguirá. A prisão foi realizada pela Delegacia de Polícia Civil de Arame, vinculada a 23º Delegacia Regional de Buriticupu.
A polícia ainda não deu informações sobre as pessoas que acompanharam o caçador no momento da morte da onça-preta. Uma delas chega a aparecer nas imagens divulgadas nas redes sociais.
Denúncias
As informações para as denuncias estão aqui:
Denunciem e Compartilhem esse vídeo
Procura-se: Caso conheça esses assassinos, denuncie ao @ibamagov no telefone 0800618080 @richardselvagem
Alguns perfis do Instagram e nome reconhecidos internacionalmente, publicaram o fato e deixam, suas indignações em relação ao tempo. É o caso do Richard Rasmussen um naturólogo, economista, biólogo, apresentador brasileiro e embaixador do ecoturismo brasileiro pela Embratur, sob o governo Bolsonaro.
A caça de onças-pintadas (Panthera onca) e pumas (Puma concolor) é amplamente reconhecida como uma das principais ameaças à conservação destas espécies.
Apesar de sua importância, a caça ocorre de forma quase invisível, sendo que poucos casos são relatados, investigados ou punidos. Para piorar a situação, onças são caçadas até mesmo dentro de unidades de conservação, comprometendo seus objetivos e o futuro destas espécies.
Vídeo amplamente divulgado:
Atualmente, no Brasil, somente está liberada a caça de controle a uma espécie animal exótica e invasora, o javali-europeu (Sus scrofa) e a seu híbrido, o porco-doméstico (javaporco).
O que é onça negra
Conhecidas por onça-preta ou ‘pantera negra’, as onças-pintadas com pelagem escura possuem essa característica marcante graças a uma mutação genética, que as tornam felinos melânicos. “O melanismo é uma mutação que eleva a produção de melanina – proteína presente no corpo responsável pela pigmentação preta.
Com isso, os indivíduos apresentam cor predominantemente escura na superfície do corpo (seja pele, pelagem ou plumagem) em relação ao padrão de cor típico da espécie”, explica o biólogo e coordenador científico do Onçafari, Eduardo Fragoso.
De acordo com o especialista o melanismo não ocorre apenas em felinos, mas em várias outras espécies de animais como serpentes, lagartos, roedores, borboletas, anfíbios, entre outros.
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“No entanto, as mutações e os genes envolvidos variam de acordo com a espécie. No caso das onças-pintadas, por exemplo, a pelagem escura é resultado de uma mutação no gene chamado MC1R, que causa aumento na produção da eumelanina (melanina escura). Essa é uma característica dominante em onças-pintadas, ou seja, para nascer um filhote melânico pelo menos um dos pais precisa ter pelagem escura”, diz.
Enquanto as onças-pretas ‘reinam’ em alguns biomas, em outros elas são raras ou mesmo inexistentes. “No Pantanal e nos Llanos da Venezuela e da Colômbia, onde as paisagens são mais abertas e a temperatura média é elevada, não há registros de onças pretas. E essas são áreas intensamente estudadas por projetos de pesquisa e conservação. Há relatos desses animais nas bordas do Pantanal, mas sem comprovação”, completa Fragoso.