Material é rico em cálcio, magnésio e, principalmente, em potássio; Sendo assim, o “pó de rocha” pode servir de fertilizante para as plantas e ajudar o Agro; entenda!
Já pensou em usar pó de rocha como adubo para plantas? O material é rico em cálcio, magnésio e, principalmente, em potássio, um dos tipos de fertilizantes que podem ter seu abastecimento no Brasil prejudicado devido a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O pó de rocha também favorece a circulação de nutrientes. Mas calma, existem alguns detalhes que precisam ser explicados!
Os pesquisadores ressaltam que não é qualquer rocha que pode ser usada. O produto aplicado no campo vem de pedreiras de basalto, granito e micaxisto. São rochas chamadas de silicáticas, facilmente encontradas no Brasil. Além de ser utilizado como um fertilizante e fonte de nutrientes, também pode ser utilizado no combate a pragas e doenças.
Já o potássio, matéria-prima dos fertilizantes importados, é extraído de outro tipo de rocha, rica em sais e raras no país. Atualmente, no Brasil, existe apenas uma jazida de exploração, que fica em Sergipe e está quase no fim.
O pó de rocha é um remineralizador que, como o próprio nome diz, ajuda na recomposição dos minerais, melhorando as condições do solo com menor custo. A rochagem é rica em micro e macro nutrientes e que estes em mistura no solo alterem os índices de fertilidade do solo.
A aplicação é feita em média 40 dias antes do plantio que o material disponibilize todo o seu potencial para as plantas. Só no estado de Goiás, na safra 20/21, já são 60 mil hectares que utilizaram a prática. As aplicações ocorreram em soja, milho, cana-de-açúcar, reforma de pastagens e produção de silagem para alimentação animal e também podem ser feitas em espécies frutíferas, hortícolas e florestais.
Entre os principais resultados alcançados com a utilização, estão o investimento em raízes, com incremento no tamanho, volume e desenvolvimentos de raízes secundárias. Também tem sido observada maior resistência às pragas e doenças devido ao alto teor de silício do pó de rocha, além de um ambiente favorável ao crescimento e desenvolvimento de microorganismos benéficos que são fundamentais para uma agricultura sustentável.
A aplicação é feita em média 40 dias antes do plantio que o material disponibilize potencial.
Segundo o especialista em fertilidade do solo e nutrição de plantas, Saulo Brockes o pó de rocha já é usado em confinamento de gado, onde os produtores visam produzir o próprio insumo dentro da fazenda. São utilizados dejetos de animais do confinamento adicionando o remineralizador e criando um organo-mineral dentro da fazenda.
Isso significa que, apesar de serem insolúveis em água, como os fertilizantes convencionais, o pó de rocha tem nutrientes disponíveis para o solo e para as plantas. Recentemente, a rochagem tem ganhado a atenção dos agricultores pelos seus benefícios, que incluem:
- Melhora da qualidade física e química e do solo;
- Aumento da CTC do solo;
- Aumento do pH do solo;
- Aumento da eficiência do uso de nutrientes;
- Disponibilização de nutrientes de forma gradativa e contínua;
- Estímulo da atividade biológica do solo e das raízes das plantas;
- Redução da perda de nutrientes;
- Redução de custos.
Brockes pontua que a produtividade não é o único ponto em questão, mas ressalta a importância da sustentabilidade e rentabilidade na atividade agrícola. Ele justifica que para atingir uma boa produtividade é preciso que o manejo seja planejado com antecedência para que sejam feitas todas correções necessárias no solo, atendendo aos critérios que a planta exige.
“Quando falamos em pós de rocha e remineralizador em longo prazo estamos falando de regeneração, equilíbrio, aumento da capacidade de retenção do carbono no solo, melhora da capacidade de troca de cátions (CTC) e a capacidade de retenção de água (CRA), além da contribuição para a bio-ativação do solo”, finaliza.
O uso do pó de rocha como defensivo contra pragas e doenças
Um dos benefícios do pó de rocha, como vimos, é o estímulo da atividade biológica do solo e das raízes das plantas. Isso tem impactos, por exemplo, no aumento das defesas naturais das plantas contra pragas e doenças.
A atividade biológica do solo e das raízes das plantas está ligada aos microrganismos que compõem o que chamamos de microbioma do solo. Muitas vezes, pensamos nos microrganismos como um mal a ser combatido, mas a verdade é que muitos deles são muito benéficos para o crescimento e desenvolvimento saudável das lavouras.
Para compreender isso de maneira clara, podemos fazer uma relação com o corpo humano: temos em nosso organismo, microrganismos que são imprescindíveis para que ele funcione de maneira adequada. Da mesma forma, o microbioma do solo é importante para que o ambiente em que as plantas crescem seja mais saudável e elas consigam se desenvolver melhor.
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Os pós de rocha que nutrem o solo com silício também são particularmente efetivos nesse aumento das defesas naturais das plantas contra pragas e doenças. Isso porque diversas pesquisas mostram como o silício estimula tanto processos bioquímicos quanto forma barreiras físicas através da sua deposição nos tecidos vegetais.
O Dr. Fabrício Rodrigues, maior autoridade em silício no mundo, explica que o silício age de modos diferentes em cada planta. Nas chamadas plantas dicotiledôneas, como o café e a soja, ele é mais absorvido pelas raízes.
Já nas plantas monocotiledôneas, como o arroz e o sorgo, existe o deslocamento para as partes aéreas, como as folhas. Os benefícios, entretanto, são os mesmos.