Pouco adianta ter a melhor genética, nutrição ou sanidade se o ambiente onde vivem animais e colaboradores tiver grande quantidade de poeira no ar
Os melhores resultados na produção pecuária, muitas vezes, são alcançados pelo cuidado aos pequenos detalhes. Assim, pouco adianta ter a melhor genética, nutrição ou sanidade se, por exemplo, o ambiente onde vivem animais e colaboradores tiver grande quantidade de poeira no ar.
Os prejuízos, neste caso, podem ser volumosos tanto para o desempenho dos animais como para a própria saúde dos trabalhadores. A solução não se trata de rezar para São Pedro fazer chover e reter as partículas no chão.
Com um investimento pequeno, é possível evitar muito desgosto, perdas financeiras e trabalho desnecessário com um sistema de irrigação.
A Pecuária Corte entrevistou o especialista Tiago Fernandes, da IrrigaBoi, sobre o tema para demonstrar que o sucesso na produção pode ter inimigos tão pequenos e danosos como a poeira.
Fernandes comenta sobre quais problemas podem ser combatidos com a técnica e o impacto negativo da poeira excessiva no ambiente produtivo bem como o custo médio e os benefícios do sistema. Confira:
PC – Quais problemas podem ser combatidos na produção de bovinos com um sistema de irrigação?
Tiago – Podem-se combater problemas primários, ou seja, aqueles que estão relacionados diretamente com os animais confinados, tais como: estresse animal e redução no índice de conversão alimentar, menor aproveitamento em rendimento de carcaça, redução de uso de antibióticos e nos índices de pneumonia bovina no plantel.
Também, podem-se eliminar problemas secundários que classifico como de primeiro, segundo e terceiro graus, que estão relacionados às condições do ambiente. Em primeiro grau, os colaboradores que trabalham no dia a dia do campo, na lida e no manejo dos animais. Em segundo grau, os moradores e trabalhadores dos arredores do confinamento que estão predispostos a maiores problemas respiratórios, gripes, resfriados, alergias, etc.
Em média, o sistema custa de R$ 16 a R$ 20 por boi
Em terceiro grau, aqueles que são atingidos pelos problemas de forma não tão constante como bairros vizinhos, colônias vizinhas e até usuários da malha rodoviária dependendo da direção e incidência dos ventos e outros fenômenos.
Outro grande problema combatido com os benefícios do controle da poeira através do sistema de irrigação é de cunho trabalhista, ou seja, torna salubre o ambiente insalubre e não deixa margens a ações trabalhistas de empregados exigindo indenizações dos empregadores por trabalharem em condições insalubres.
PC – Qual dimensão pode ter os impactos negativos destes problemas?
Tiago – Dentre todos os problemas abordados até agora, pode-se concluir que a maior perda visível é a morte do animal por pneumonia. Contudo, várias outras perdas no plantel (resultantes da queda na conversão alimentar) crescem progressivamente e vão culminar em grandes prejuízos que serão contabilizados logo após a saída dos animais do confinamento.
PC – Existem exemplos?
Tiago – Tenho um exemplo interessante com resultado muito positivo que pode ser demonstrado pela comparação entre duas unidades de confinamento de um grande grupo produtor.
Os confinamentos comparados tinham a mesma estrutura física, o mesmo suporte técnico e a dieta fornecida aos animais eram iguais, contudo, os resultados produtivos finais foram bem diferentes. A unidade que possuía um sistema de controle de poeira eficaz quase não teve incidência de mortes por pneumonia.
No entanto, o grande diferencial foi o ganho de peso diário médio de 420 gramas a mais se comparado ao confinamento que estava com o sistema de controle de poeira inoperante e com problemas hidráulicos na distribuição de água para consumo animal. Ou seja, estes números comparam o rendimento não só do controle de poeira, mas também de um bom projeto hidráulico que envolve abastecimentos d’água, estudo e planejamento de distribuição d’água para bebedouros etc.
Para estimarmos os prejuízos da unidade com problemas hidráulicos basta multiplicar os 420 gramas que o animal deixou de ganhar a cada dia por 90 dias de confinamento e chegarmos a “perda” de 37,8 kg de peso vivo (ou 25,2 dias de confinamento em comparação com a unidade produtiva sem problemas hidráulicos). Ou seja, os 7,3 mil animais confinados em condições inadequadas geraram um prejuízo total superior a R$ 1,1 milhão por “perderem” 25,2 dias a custo de R$ 6 por dia por animal em ineficiência produtiva. Sem contar custos com a morte de animais e gastos com aplicação de antibióticos.
PC – Como um sistema de irrigação pode resolver tais problemas?
Tiago – Existem duas maneiras: a preventiva e a curativa. A primeira se refere à instalação do sistema de controle de poeira antes mesmo que ela se forme na propriedade. Já a segunda, mais cara e trabalhosa, exige tubulações e motobombas maiores para um volume de água de três a cinco vezes maiores. Os projetos levam em consideração muitos fatores como o número de linhas de irrigação, o intervalo de tempo para funcionamento de cada linha, percentagem de área irrigada, tamanho da lâmina de água em um dia, capacidade de precipitação dos aspersores, pressão, vazão, localização dos equipamentos, entre outros.
Tudo isso para controlar a poeira de maneira eficaz sem criar barro.
É esperado que o sistema pague o investimento em um ano
PC – Quais os custos?
Tiago – É possível estimar que o prejuízo gerado por adversidades relacionadas à presença de excesso de poeira durante os dias de confinamento seja de 400% a 500% maior do que o custo de implantação do sistema hidráulico completo com toda tecnologia disponível no mercado atual.
Em média, o sistema de irrigação para controle de poeira por aspersão custa de R$ 16 a R$ 20 por boi (com supervisão técnica), podendo variar para menos ou mais por fatores como condições topográficas do terreno, a distância entre o rio e o confinamento, entre outros Existem equipamentos mais baratos, no entanto, com custos de implantação e manutenção muito altos se comparados com os da aspersão.
PC – Quais resultados podem ser obtidos?
Tiago – Primeiro se espera que o principal resultado obtido seja o controle eficaz da poeira, em seguida que o sistema não contribua para formação de barro no confinamento. Outros resultados são esperados com a melhora do meio ambiente como maiores ganhos na engorda dos animais e pouca manutenção no sistema além de salubridade aos trabalhadores. Assim, é esperado que os resultados do sistema paguem o investimento em um ano.
Por Daniel Azevedo via Pecuária Corte
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