Plantio de soja desacelera e tem pior desempenho desde 2015

Semeadura chegou a 38,41% da área até esta sexta-feira, diz Pátria Agronegócios; Em nota, consultoria disse que o avanço nacional da semeadura teve o pior desempenho desde 2015, para o mesmo período

A semeadura de soja brasileira da safra 2023/24 chegou a 38,41% da área até esta sexta-feira (27/10), segundo dados da Pátria Agronegócios. Os trabalhos estão atrás dos 52,31% semeados um ano antes, e também são inferiores à média dos últimos cinco anos, de 44,94%.

Em nota, a Pátria disse que o avanço nacional da semeadura teve o pior desempenho desde 2015, para esta mesma semana. “Paralisações de plantio foram observadas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins devido à falta de chuvas”, disse a consultoria.

A Pátria menciona ainda relatos de produtores de Minas Gerais, oeste da Bahia e Piauí que ainda não começaram os trabalhos de campo, quando, nesta época nos últimos cinco anos já estariam ativos no plantio.

“Tem se tornado comum os relatos de necessidade de replantio na região Central do país”, pontuou a empresa.

Ritmo de plantio da soja em Mato Grosso

O plantio de soja em Mato Grosso atingiu 70% dos 12 milhões de hectares planejados para a safra 2023/2024, um mês após o início da semeadura. No entanto, esse percentual é o mais baixo registrado nos últimos cinco anos no estado, de acordo com dados do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Os números divulgados na sexta-feira (27) pelo Imea indicam uma média de 71,65% de plantio nos últimos cinco anos, tornando evidente o atraso em relação a este período. Além disso, a comparação com o ano anterior revela um recuo ainda maior, visto que, na mesma época da safra anterior, 83,45% da área já estava plantada.

O atraso é particularmente pronunciado nas regiões nordeste, sudeste e norte do estado, com percentagens de 48,88%, 51,92% e 66,79%, respectivamente.

A Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT) destaca a preocupação com a situação, uma vez que as chuvas ainda não se regularizaram, levando alguns produtores a iniciar o plantio apenas agora em suas propriedades. O vice-coordenador de Defesa Agrícola, Jorge Diego Giacomelli, relata os efeitos dessa condição na região sul do estado.

Giacomelli aponta que, em sua propriedade, 50% da área foi plantada, mas as atividades foram interrompidas por 10 dias devido à falta de chuvas. A previsão agora é finalizar o plantio no sábado (28), após algumas chuvas recentes. No entanto, foi necessário aumentar a densidade de sementes por hectare para compensar a falta de germinação causada pelo clima quente e a escassez de chuvas, resultando na perda de muitas plantas.

semeadura
Foto: Envato

Os produtores já enfrentam prejuízos, e a dimensão exata desse prejuízo ainda está por ser determinada.

Outra preocupação mencionada pelo produtor é o plantio realizado dentro do período do vazio sanitário, autorizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Cerca de 5% do estado foi semeado durante esse período, e as lavouras que foram semeadas com atraso em relação a essas também podem enfrentar dificuldades no controle do fungo de ferrugem asiática no final do ciclo.

ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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