Plano Safra: governo disponibiliza quase R$ 436 bi

A maior parte dos recursos vai para o custeio, como a compra de insumos e comercialização da safra. O restante, para investimentos em infraestrutura.

O governo federal lançou esta semana o novo Plano Safra, vão ser quase R$ 436 bilhões para financiar o setor que tem sido um destaque da economia brasileira. O produtor rural Leomar Cenci planta soja, milho, trigo e café, e tem planos de comprar novas máquinas.

“O emprego da tecnologia no campo é muito bem-vindo. Tudo o que o Brasil conquistou em aumento de produtividade se deve às tecnologias aplicadas. A máquina é fundamental para a nossa atividade”, diz.

Esta semana, o governo lançou o Plano Safra, o programa anual de financiamento para produtores rurais. A oferta de crédito vai ser de quase R$ 436 bilhões. A maior parte dos recursos vai para o custeio – como a compra de insumos e comercialização da safra. O restante, para investimentos em infraestrutura.

Na safra passada, o valor tinha sido de R$ 341 bilhões. O plano vem crescendo ano a ano. Em 2023, os juros vão variar de 7% a 12,5% ao ano para os médios e grandes produtores – com redução para os que adotam práticas consideradas mais sustentáveis – e 3% a 5% ao ano para os pequenos produtores – com redução para quem produz orgânicos, por exemplo. A Associação Brasileira do Agronegócio afirmou que as medidas trouxeram avanços.

“Sob o ponto de vista de valores foi um bom Plano Safra. Não podemos reclamar, não. Talvez, o único senão seja a taxa de juros. Mas a taxa de juros não depende tanto do governo, depende mais do Banco Central e da macroeconomia em geral. De um modo geral, eu diria que o Plano Safra estimula, sim, ele mantém os agricultores com uma perspectiva de fazer um bom plantio”, diz Pedro Estevão, presidente da ABAG.

A CONTAG, que representa os agricultores familiares, defendeu a importância dos pequenos produtores.

“A pauta que a Contag apresentou foi com o montante maior de recursos, mas a gente ficou bastante feliz com o resultado, com um conjunto de políticas que foram anunciadas. A gente espera que na próxima safra, que seja pensado já um orçamento maior para a agricultura, porque a agricultura do Brasil é uma potência, ela é uma possibilidade. A gente costuma dizer aqui na CONTAG que a agricultura familiar teria condições de alimentar o mundo se houvesse investimento nessa área”, afirma Vânia Marques Pinto, diretora de política agrícola da CONTAG.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avaliou que o plano foi robusto e com juros bem abaixo da taxa básica de juros da economia, a Selic.

“É um ano que, depois de alguns anos de preços dos commodities elevados, nós tivemos um achatamento de preço, que pode tirar as margens de lucros, deixar os produtores em alguma questão econômica um pouco mais vulneráveis e, por isso, a necessidade de um Plano Safra robusto. Para que ele possa, então, já que os preços dos seus produtos estão achatados, ele possa buscar o custeio no banco, na hora certa, com recurso abundante, com juros compatíveis, e possa então ir comprar seu adubo, a sua semente, seus insumos e fazer o plantio na hora certa para que nós possamos continuar crescendo e fortalecendo a economia”, diz o ministro.

A estimativa mais recente é que a safra de grãos atinja mais um recorde em 2023: 305 milhões de toneladas. Um aumento de 16% em relação a 2022. A colheita é impulsionada, principalmente, pelas produções de soja, milho e trigo. Uma parte dessa produção fica no mercado interno e outra é vendida para outros países.

Em 2022, as exportações do agronegócio representaram quase metade de tudo que foi vendido para o exterior. A agropecuária representa uma parte importante de nossa economia: cerca de 8% de todas as riquezas que o país produz todo ano. E esse número vem aumentando – há dez anos era 5%.

Para 2023, a expectativa também é boa. Nos primeiros três meses do ano, a economia brasileira cresceu quase 2% em relação ao fim de 2022, e a agropecuária foi a principal responsável por esse desempenho, com um crescimento de 21,6% – o melhor resultado desde 1996.

Leomar está otimista com o futuro.

“O produtor é um otimista nato. A gente não pode recuar, até porque a nossa atividade aqui não desliga. Todo dia tem alguma atividade para ser implantada no campo. A gente almeja que o futuro sempre seja melhor do que do que o presente. A gente faz a labuta aí do dia em função disso e acredito que dias melhores virão, sim”, afirma o produtor rural.

Fonte: G1

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