A promoção da imagem do agronegócio brasileiro é fundamental para combater o “recrudescimento do protecionismo” no comércio internacional.
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, afirmou ontem que a promoção da imagem do agronegócio brasileiro é fundamental para combater o “recrudescimento do protecionismo” no comércio internacional. De acordo com o chanceler, o sucesso do setor terá papel de destaque no discurso que o presidente da República, Jair Bolsonaro, fará na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) neste mês.
Durante o evento de lançamento do Programa de Imagem e Acesso a Mercados do Agronegócio Brasileiro (PAM Agro) 2021- 2023, em Brasília, França alertou que “percepções equivocadas” sobre os produtos agropecuários brasileiros poderão resultar em barreiras comerciais nos próximos anos contra o Brasil.
A ação, promovida pelo governo federal e um conjunto de 15 entidades ligadas ao setor, terá foco na divulgação de informações sobre a cadeia produtiva na Europa. A preocupação é com a discussão, em alguns países europeus, de propostas legislativas que criam restrições ao comércio com o Brasil. Mesmo assim, França frisou que “estamos prestes a celebrar a ratificação do acordo entre União Europeia e Mercosul”.
O chanceler afirmou que “um desafio central é a necessidade de fortalecer, no mercado internacional, a credibilidade das instituições regulatórias brasileiras” e chamou a atenção para “barreiras ambientais” ao comércio brasileiro. Segundo ele, essas restrições representam uma “ameaça forte e injusta à reputação do agronegócio brasileiro”.
O chefe do Itamaraty disse, ainda, que as legislações aprovadas em países importadores “têm potencial de restringir” as exportações brasileiras de maneira “indevida e discriminatória”. Ele demonstrou preocupação com a “disseminação de uma visão reducionista que restringe a sustentabilidade ao seu pilar ambiental, ignorando as vertentes o social e econômica”.
Segundo França, a sustentabilidade ambiental é mais do que apenas a questão do desmatamento, atacada por países importadores. Ele exaltou a marca sustentável da produção agropecuária do país e o cumprimento das obrigações como fornecedor de alimentos ao mundo durante a pandemia, sem interromper exportações. “Comprovamos que somos um parceiro confiável”, disse. “O Brasil pode manter e ampliar a contribuição para segurança alimentar no mundo”, afirmou.
O PAM Agro foi lançado em 2017. A segunda fase, lançada hoje, terá foco na elaboração de uma estratégia de comunicação profissional e específica ao público europeu. O programa é liderado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores. Serão promovidos eventos, pesquisas e a divulgação de conteúdos e “mensagens-chave” ao público estrangeiro.
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O presidente da Apex-Brasil, Augusto Pestana, disse que o programa vai “intensificar o combate contra a desinformação, o desconhecimento e contra as distorções” a respeito do agronegócio brasileiro.
Segundo ele, a “informação boa e veraz parece ser, muitas vezes, uma commodity escassa” também no Brasil. “Vamos levar a verdade à opinião pública internacional, principalmente a europeia (…) O jogo em que entramos não será fácil nem rápido, mas é o jogo que temos que jogar com consistência caso não queiramos correr o risco de ver passivamente a destruição de um patrimônio”, afirmou.
Com informações da Valor Econômico