Setembro foi especialmente notável, com um desvio recorde desde 1961, apresentando uma temperatura 1,6°C acima da média histórica do período de 1991 a 2020.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou um relatório preocupante afirmando que o ano de 2023 é oficialmente o mais quente já registrado na história global. Segundo a OMM, a temperatura média da superfície global em 2023 é 1,4°C acima da média do período de 1850/1900.
O documento, desenvolvido em colaboração com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), destaca que 2023 superou anos críticos como 2016, com 1,29°C acima da média, e 2020, com 1,27°C acima da média.
De acordo com o relatório, os últimos nove anos, de 2015 a 2023, serão considerados os mais quentes da história. Além disso, a média global de temperatura nos últimos dez anos, de 2014 a 2023 (até outubro), ficou 1,19°C acima da média de 1850/1900, configurando a década mais quente já registrada.
No cenário nacional, o Brasil também enfrentou um dos anos mais quentes desde a década de 1960, com quatro meses consecutivos, de julho a outubro, registrando temperaturas acima da média histórica.
Setembro foi especialmente notável, com um desvio recorde desde 1961, apresentando uma temperatura 1,6°C acima da média histórica do período de 1991 a 2020.
O relatório atribui o calor extremo e as ondas de calor predominantemente ao El Niño, mas destaca que outros fatores, como o aumento global da temperatura da superfície terrestre e dos oceanos, relevantes para a ocorrência desses eventos cada vez mais extremos.
Em novembro, o Brasil foi atingido por uma forte onda de calor, com resultados de 12 dias de temperaturas acima da média. Araçuaí, em Minas Gerais, registrou uma temperatura máxima recorde de 44,8°C em 19 de novembro, marcando o dia mais quente na história das mediações brasileiras.
As regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul foram as mais afetadas, com São Paulo atingindo uma temperatura máxima de 37,7°C em 13 e 14 de novembro, estabelecendo um recorde para o mês. O Inmet prevê temperaturas elevadas para quase todo o Brasil durante o verão, de dezembro de 2023 a março de 2024, com variações de 0,5°C a 1°C acima da média, destacando-se o Norte e o Nordeste como áreas particularmente afetadas.
Consequências das mudanças climáticas
As consequências das mudanças climáticas são diversas e abrangentes, impactando tanto o ambiente quanto as sociedades em escala global e local. Aqui estão algumas das principais:
Eventos climáticos extremos: O aumento da temperatura média global contribui diretamente para a intensificação e frequência de eventos climáticos extremos. O relatório menciona ondas de calor registradas em várias regiões, como a que atingiu o Brasil em novembro, trazendo não apenas desconforto, mas também representando uma séria ameaça à saúde pública e à segurança alimentar.
Efeitos na agricultura: As temperaturas elevadas e os eventos climáticos extremos têm implicações diretas na agricultura. O Brasil, por exemplo, enfrenta desafios com quatro meses de temperaturas acima da média, o que pode resultar em impactos nas safras e na produção de alimentos, afetando a segurança alimentar e a lucratividade dos produtores.
Mudanças nos ecossistemas: Ecossistemas sensíveis ao clima estão experimentando alterações significativas. O calor extremo pode levar a secas prolongadas, afetando a disponibilidade de água e colocando pressão sobre ecossistemas aquáticos. Além disso, essas mudanças podem desencadear desequilíbrios nos habitats naturais, ameaçando a biodiversidade.
Riscos para a saúde humana: O calor extremo representa um risco direto para a saúde humana, aumentando a incidência de doenças relacionadas ao calor e colocando uma pressão adicional nos sistemas de saúde. Populações mais vulneráveis, como idosos e crianças, estão particularmente em risco.
Desafios socioeconômicos: As mudanças climáticas têm implicações socioeconômicas significativas. A agricultura, a pesca, o turismo e outros setores econômicos são afetados, o que pode levar a desafios adicionais para as comunidades que dependem dessas atividades para subsistência.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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