Pela primeira vez, o valor das vendas de petróleo ao exterior superou o dos demais produtos, incluindo soja e minério de ferro, às vésperas da organização da COP30 em Belém em novembro
O petróleo se torna a principal exportação do Brasil, ultrapassando a soja como a principal exportação do Brasil, uma marca inédita que ressalta o status do país anfitrião da COP30 como campeão dos combustíveis fósseis. As informações foram divulgadas pela agência de notícias Bloomberg.
O valor das exportações brasileiras de petróleo bruto aumentou 5% e chegou a US$ 44,8 bilhões em 2024, a primeira vez que o petróleo superou todas as outras vendas externas, de acordo com dados do Ministério do Comércio divulgados nesta segunda-feira (6). O volume de remessas de petróleo aumentou 10%.
A queda dos preços da soja e uma queda nos volumes de vendas ajudaram a ascensão do petróleo ao topo, segundo José Augusto de Castro, presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Embora a soja tenha ficado atrás do petróleo bruto e do minério de ferro, Castro espera que a oleaginosa recupere o primeiro lugar este ano, com exportações de US$ 49,5 bilhões.
O Brasil se prepara para colher uma safra histórica de soja em 2024/25, com projeções divulgadas nos últimos dias pela Conab que indicam um volume superior a 166 milhões de toneladas, e que consolidam sua posição como líder global no setor. Esse marco reflete o aumento da área plantada e o avanço tecnológico no campo.
“Com a recuperação da safra agrícola, é possível que a soja volte a ser o principal produto de exportação”, disse Herlon Brandão, diretor de estatísticas do Ministério do Comércio, durante uma coletiva de imprensa.
O Brasil foi o oitavo maior fornecedor de petróleo bruto do mundo em 2023, impulsionado pela Petrobras. A produção total dos poços brasileiros foi, em média, de cerca de 3,4 milhões de barris por dia no ano passado, de acordo com Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
Agenda ambiental para 2025
O Brasil busca aprimorar as credenciais ambientais enquanto se prepara para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, conhecida como COP30, em novembro.
Brasil terá a oportunidade, em 2025, de mostrar ao mundo nosso modelo produtivo. As boas práticas utilizadas no campo, assim como todo o pacote tecnológico desenvolvido com muita pesquisa e que fizeram com que produzíssemos cada vez mais carne, grão ou fibra por hectare/ano. É a ocasião perfeita para mostrarmos muito mais que os povos tradicionais e suas danças, mas a integração entre a produção e a sustentabilidade.
O evento está programado para ocorrer em Belém, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procura levar adiante uma ambiciosa agenda verde e, ao mesmo tempo, buscar o desenvolvimento econômico.
Um impasse sobre uma licença de perfuração para a Petrobras explorar uma bacia potencialmente rica em petróleo na costa norte do país ilustra o conflito interno sobre combustíveis fósseis no governo Lula.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se opõe ao projeto, enquanto a chefe da Petrobras escolhida pelo presidente, Magda Chambriard, adverte que, sem novas explorações, o país corre o risco de voltar ao status de importador de petróleo após 2030.
Com informações da Bloomberg Línea
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