Petrobras fará leilão para arrendar 2 fábricas de fertilizantes

Em meio a esse processo, as unidades da estatal estão paradas, colaborando para aumento na importação de matérias-primas utilizadas no agronegócio.

A Petrobras abriu nesta segunda-feira processo de licitação para o arrendamento de suas fábricas de fertilizantes nitrogenados no Sergipe e na Bahia, com três empresas pré-qualificadas para a disputa, de acordo com comunicado da estatal.

Em meio a esse processo, as unidades da estatal estão paradas, colaborando para aumento na importação de matérias-primas utilizadas na fabricação de fertilizantes e defensivos agrícolas, disse separadamente nesta segunda-feira a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

A Petrobras começou a buscar a venda de ativos deficitários de fertilizantes a partir de setembro de 2017, em meio a um plano de desinvestimentos que visa reduzir dívidas e focar na exploração de petróleo e gás.

Os planos para as plantas na Bahia e no Sergipe sofreram atraso devido à oposição de alguns políticos locais, preocupados com os efeitos que um fechamento das unidades poderia ter sobre a economia local.

Em meio à resistência, a Petrobras adiou por mais de uma oportunidade ao longo de 2018 uma planejada hibernação das unidades, anunciando posteriormente que as fábricas seriam arrendadas.

Em fevereiro deste ano, a companhia iniciou a hibernação da fábrica no Sergipe, enquanto uma ação judicial suspendeu o mesmo movimento para a unidade na Bahia, em medida revertida pela petroleira no final de março.

Agora, a Petrobras disse que foi aberta nesta segunda-feira a licitação para arrendamento, com três empresas pré-qualificadas: Proquigel Química S.A., PJSC Acron e Formitex Empreendimentos e Participações Ltda.

As interessadas deverão apresentar propostas até 22 de junho.

“Vence a empresa que apresentar o maior preço para o arrendamento no período de dez anos, renováveis por mais dez”, explicou a petroleira estatal no comunicado.

A licitação inclui ainda os terminais marítimos de amônia e ureia no Porto de Aratu, na Bahia, segundo a companhia.

A fábrica da Bahia (Fafen-BA) é uma unidade de fertilizantes nitrogenados com capacidade de produção total de ureia de 1.300 toneladas ao dia –ela produz amônia, gás carbônico e agente redutor líquido automotivo (Arla 32).

Já Fafen-SE é tem capacidade de produção total de ureia de 1.800 t/dia e também comercializa amônia, gás carbônico e sulfato de amônio.

HIBERNAÇÃO IMPACTA

A hibernação da Fafen-SE a partir de fevereiro impactou a balança comercial do setor de produtos químicos, gerando maior necessidade de importações de fertilizantes e defensivos agrícolas pelo agronegócio no primeiro trimestre, disse nesta segunda-feira a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Segundo a entidade, a importação de produtos químicos nos primeiros três meses do ano somou 9,9 bilhões de dólares, alta de 9,9 por cento na comparação anual, e abaixo apenas dos 10,1 bilhões de dólares no primeiro trimestre de 2013, ano de déficit comercial recorde no segmento.

“Os produtos químicos para o agronegócio, com aumentos superiores aos 50 por cento, foram particularmente impactantes para o incremento do valor total importado, sendo muito preocupante o aumento contínuo de preços, acumulado em 14,4 por cento no trimestre, com o anúncio da parada da Fafen”, afirmou a Abiquim em nota.

Fonte: Reuters

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