Peste suína ressurge na China e afeta pequenas criações em Sichuan; a mortal peste suína africana dizimou cerca de metade do enorme rebanho de porcos da China
Um grande número de porcos está morrendo em decorrência da peste suína africana na principal província produtora de suínos da China, disseram agricultores e analistas, levantando preocupações de que a doença possa se espalhar ainda mais pelo sul do país e desacelerar a recuperação da produção local de carnes.
A mortal peste suína africana dizimou cerca de metade do enorme rebanho de porcos da China entre 2018 e 2019, mas o país conseguiu de forma rápida, ao longo do último ano, reconstruir grande parte dos estoques perdidos.
Houve, no entanto, novos surtos da doença no norte da China neste ano, e já há novas cepas do vírus circulando.
Agora, a província de Sichuan, no sul do país, que produziu 48,5 milhões de animais para abate no ano passado –cerca de 9% do total da China–, também tem verificado um ressurgimento do vírus.
“A situação está muito séria em Sichuan recentemente”, disse Xiao Lin, analista do fundo de investimentos Win & Fun, de Shenzhen.
A maioria dos impactados é composta por pequenos produtores, que relaxaram as medidas de prevenção à doença para reduzir custos após uma forte queda nos preços dos suínos nos últimos meses, acrescentou Xiao, que estimou as perdas em cerca de 10% a 15% do rebanho.
“Começou em junho e continua se espalhando”, disse um produtor no condado de Jingyan, que possuía mais de 30 porcas matrizes e centenas de animais antes de a doença atingir sua criação.
“Todos os porcos grandes contraíram e morreram. Ainda há mais de cem animais pequenos que também podem morrer”, disse ele à Reuters, pedindo para não ser identificado devido à sensibilidade do assunto.