Percevejo-castanho-da-raiz foi um dos insetos com alta incidência nas lavouras de soja na safra 2017/2018 em Mato Grosso.
Ele apareceu devido ao período chuvoso em algumas regiões do estado. Muitos produtores tiverem dificuldades de identificá-los, pois ele se aprofunda no solo e no momento do plantio pode estar em profundidades maiores a 30cm.
De acordo Lúcia Vivan, entomologista da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, a condição de ocorrência do percevejo – castanho-da-raiz pode ter erros.
“Quando esse inseto aparece na fase em que a planta já tem uma quantidade de raízes que toleram o ataque, os danos da planta não são percebidos. Isso dificulta a identificação do inseto e contribui para o a manutenção de sua incidência na lavoura de soja”.
Acompanhar o histórico de ocorrência dessa praga nas áreas, fazer monitoramento através de covas com medidas de 30x30x50 cm de profundidade, analisar a presença da população do percevejo-castanho-da-raiz no solo, ficar atento com a revoada dos insetos adultos são medidas que ajudam no controle dessa praga.
“Não tem como ter sucesso na safra sem fazer monitoramento da lavoura. Não há receita de bolo como também não há como afirmar com certeza qual será a praga que mais vai ocorrer na próxima safra. Monitorar sempre é o melhor caminho para controlar os ataques de pragas e não ter perdas de produtividades”, orienta a pesquisadora.
Outra recomendação da entomologista é a rotação de modos de ação dos produtos químicos e do manejo de pragas. O uso contínuo do mesmo princípio ativo diminui a eficácia do controle. Segundo a pesquisadora é importante fazer aplicação para percevejos e também rotação.
“E o monitoramento tem que ser feito constantemente e em toda fase de crescimento da planta. Se deixar para fazer o monitoramento somente quando o inseto ocasionar dano a cultura e essa população estiver em alta incidência pode correr risco de não conseguir fazer o controle de forma que proteja a cultura”.
O uso de cultivares resistentes as pragas também é apontado pela pesquisadora como uma das alternativas para o controle de pragas. Mas Lúcia alerta “uma variedade pode ter resistência a determinada praga e não ter para outra, então o produtor tem que ficar bem atento e, repito, monitorar sempre”.
Essas e outras orientações foram feitas por Lúcia Vivan durante o XVIII Encontro Técnico da Fundação MT que acontece desde quarta (16) e vai até sexta-feira (18) em Cuiabá. Mais de 300 participantes das principais regiões produtoras de soja no Brasil estão recebendo informações sobre o panorama da safra e perspectivas para os próximos ciclos da atividade agrícola.
Fonte: Assessoria de Imprensa