Pesquisa mapeia realidade das mulheres do agronegócio

Elas sentem orgulho do trabalho que exercem, percebem evolução no campo, mas ainda enfrentam problemas referentes à desigualdade de gênero

Responsáveis por quase metade dos alimentos produzidos no mundo, as mulheres que trabalham nos diferentes elos da cadeia do agronegócio comemoram suas conquistas e elegem desafios. Segundo dados de um estudo realizado em 17 países a pedido da Corteva Agriscience, Divisão Agrícola da DowDuPont, 90% das brasileiras se sentem orgulhosas de suas funções – a mesma porcentagem foi registrada entre as australianas e as americanas. E querem mais: 89% gostariam de ter acesso a treinamentos e 87% almejam formação acadêmica.

Porém, a maioria aponta a desigualdade de gênero como fator impactante em suas vidas – a discriminação é relatada por 78% das produtoras rurais, sendo que metade do total garante ganhar menos do que os funcionários do sexo masculino. No entanto, para 63% delas, atualmente existe menos discriminação no Brasil que há 10 anos; 44% acreditam que o País levará de uma a três décadas para alcançar equidade entre homens e mulheres.

“Identificar a existência desses desafios é o primeiro passo para remover os obstáculos para as agricultoras rurais atingirem todo o seu potencial”, destaca Krysta Harden, vice-presidente de Assuntos Externos e Sustentabilidade da Corteva Agriscience, sobre o estudo que ouviu 4.157 trabalhadoras, entre produtoras de grandes fazendas em economias mais avançadas e agricultoras de propriedades de subsistência em países em desenvolvimento.

Com o objetivo de derrubar as barreiras que ainda persistem no setor, cinco ações-chave, de acordo com as profissionais entrevistadas, foram citadas: mais treinamento em tecnologia; mais acesso à educação acadêmica; mais apoio jurídico e de outras formas contra a discriminação de gênero; comunicar amplamente as contribuições das mulheres na agricultura; e sensibilizar as pessoas para a discriminação de gênero no setor.

Capacitando mulheres na agricultura

Diante do quadro apresentado pelo estudo, a Corteva Agriscience entendeu que ações urgentes são necessárias no Brasil. Assim, a empresa firmou parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC) e a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e lançou, no último dia 23 de outubro, o programa Mulheres do Agronegócio, que visa capacitar e estimular a liderança entre as produtoras rurais.

A primeira turma já foi formada e as aulas gratuitas devem começar no início de 2019. Na fase final do curso, as autoras dos cinco melhores trabalhos serão premiadas com uma viagem aos Estados Unidos onde conhecerão a sede da Corteva Agriscience e visitarão fazendas-modelo norte-americanas.

POR G.LAB PARA CORTEVA

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