Trabalho da Universidade Norte do Paraná (Unopar) em parceria com a Conexão Delta G mede adaptação de animais das raças Hereford e Braford.
Realizado em parceria com associados da Conexão Delta G, um projeto de pesquisa que vem sendo trabalhado por professores e estudantes da Universidade Norte do Paraná (Unopar), de Arapongas, tem por objetivo identificar animais mais adaptados aos trópicos em características de reprodução.
Em janeiro deste ano, os pesquisadores estiveram em Santana do Livramento (RS), na Agropecuária Caty, e em Dom Pedrito (RS), na Estância Guatambu e na Fazenda Nova, Araçatuba (SP), onde conduziram experimentos em touros com a coleta em mais de cem animais da raça Braford na primeira propriedade e de cerca de 50 exemplares da raça Hereford na segunda. Os animais foram novamente avaliados em setembro em Santana do Livramento (RS) e em Araçatuba (SP).
Na ocasião, foram avaliados a pressão sistólica e diastólica e fluxo sanguíneo na artéria testicular (que são as medidas de aporte de oxigênio aos testículos) com a utilização de ultrassom Doppler.
“Uma das hipóteses é correlacionar o índice de Resistência (IR) ao fluxo sanguíneo com qualidade espermática, característica já comprovada em camelos, cães e humanos. “Quanto maior o IR maior também é a quantidade de defeitos espermáticos”, destaca o presidente do Conselho Técnico da Conexão Delta G, Bernardo Pötter.
Os pesquisadores encontraram uma forte tendência estatística (P<0,09) entre alto IR e quantidade de defeitos espermáticos. Conforme Celso Koetz, um dos pesquisadores responsáveis, o achado de tendência e não de significância estatística se deve ao fato de terem trabalhado com animais altamente selecionados para características de fertilidade, como são os animais da Conexão Delta G.
Koetz ressalta que nas outras espécies estudadas não existe seleção para fertilidade, o que explica o achado no presente estudo. A questão da adaptação se refere à termorregulação dos testículos, crucial para adaptação ao calor, influência na degeneração testicular, fertilidade dos animais, entre outros.
O fluxo sanguíneo ajuda na refrigeração dos testículos e aporte de oxigênio às células produtoras de espermatozoides. A espessura da pele também influencia na capacidade de manter a temperatura em níveis fisiológicos.
Fonte: Conexão Delta G | Escrito por Nestor Tipa Júnior