As entregas de fertilizantes ao consumidor final totalizaram 9,84 milhões de toneladas no Brasil no acumulado de janeiro a maio de 2018, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).
O volume diminuiu 4,0% em relação ao mesmo período do ano passado. Observe na figura 1, que este ano, com exceção de janeiro, nos demais meses, o volume entregue foi maior comparativamente com o mesmo mês do ano passado.
Em maio, a greve dos caminhoneiros prejudicou a entrega de adubos no país e o volume também foi menor.
Figura 1. Entrega de adubos ao consumidor final no Brasil, em milhões de toneladas.
Para 2018 a Scot Consultoria estima um volume entre 35,00 e 35,50 milhões de toneladas de fertilizantes entregues no país, frente as 34,44 milhões de toneladas em 2017, recorde até então. Ou seja, do lado da demanda, o quadro é de boa movimentação este ano.
Mercado e expectativas
A expectativa é de aumento da demanda por fertilizantes daqui para frente, considerando as compras para o plantio da safra brasileira 2018/2019.
As recentes altas de preços da soja e do milho e o bom desempenho do setor sucroalcooleiro deverão impulsionar a demanda por adubos na temporada que tão logo se inicia.
Esta maior movimentação no mercado interno somada as valorizações do dólar em relação a moeda brasileira são fatores de alta para os preços dos adubos nos próximos meses. As cotações estão firmes desde o começo do ano no país.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o preço da ureia agrícola subiu 7,4% no acumulado desde janeiro último e o insumo está custando 13,2% a mais na comparação com maio de 2017 (figura 2). Para os adubos potássicos e fosfatados as altas anuais foram de 5,5% e 8,0%, respectivamente.
Figura 2. Evolução dos preços médios da ureia agrícola em São Paulo, sem o frete, em R$ por tonelada.
É preciso considerar também a menor produção nacional este ano, o que aumenta a necessidade de importação para atender a demanda interna. No caso dos fertilizantes potássicos, as importações representam mais de 90,0% do volume total consumido no país, enquanto as importações de nitrogenados e fosfatados variam entre 50,0% e 60,0% da demanda nacional.
Segundo a Anda, a produção brasileira diminuiu 5,3% nos primeiros cinco meses deste ano, em relação a igual período do ano passado.
Além disso, o cenário de preços mais firmes dos adubos no mercado internacional (oferta mais ajustada), a alta da cotação do petróleo e as especulações acerca da continuidade da produção de fertilizantes nitrogenados nas fábricas da Petrobrás na Bahia e Sergipe são fatores que “ajudam” na sustentação das cotações dos adubos no mercado brasileiro.
Considerações finais
Para o agricultor, a sugestão é antecipar as compras, buscando “fugir” deste cenário de maior movimentação e possibilidade de alta de preços nos próximos meses.
Outro ponto importante, é a questão logística, pensando na entrega dos adubos e atrasos verificados normalmente para quem deixa para a última hora.
Artigo previamente publicado na edição de junho/18 na revista de agronegócio da FGV – AgroAnalysis.
Fonte: Scot Consultoria