“Mercado brasileiro precisa priorizar empresas que cumpram com suas obrigações ambientais”, destaca especialista do setor; empresa fala sobre a responsabilidade ambiental e social ao minimizar surtos sanitários e preservar ecossistemas locais
Em meio a uma preocupação generalizada com questões de ESG (Governança ambiental, social e corporativa), se faz necessária a valorização de corporações que tenham adotado processos sustentáveis, principalmente, as que fazem parte do ramo alimentício. “A adequação dos procedimentos exige tempo e investimento, mas o retorno parte da busca do mercado por empresas que possuem essa responsabilidade, uma maneira de incentivar essas mudanças é o mercado brasileiro priorizar empresas comprometidas com essas medidas“, exalta Juliano Kubitza, gerente de unidade de negócios da Fider Pescados.
As exportações da tilápia representaram 98% do total da piscicultura brasileira em 2022, somando US$ 23,3 milhões, segundo o Anuário da Piscicultura da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). Os Estados Unidos são os maiores compradores da tilápia brasileira, mas o pescado nacional ainda representa apenas 3% do consumo norte-americano.
“A forma mais ágil de ampliar a entrada do nosso produto neste centro é investir nas adequações propostas pelas principais certificações internacionais, como a BAP (Boas Práticas de Aquicultura) e a ASC (Aquaculture Stewardship Council), que padronizam os processos e comprovam eficácia sustentável de todos os passos envolvidos, desde o cultivo até a venda”, ressalta Kubitza.
A certificação BAP amplia as potencialidades de exportação dos produtos de tilápia da Fider Pescados para mercados considerados mais exigentes, como os Estados Unidos, uma vez que ela aumenta a proteção da marca e minimiza os riscos, garante que os alimentos são produzidos, preparados e manipulados de acordo com os padrões mais reconhecidos e garante que os produtos e o processo estão em conformidade com padrões internacionais específicos. O programa é compatível com a Global Food Safety Initiative (GFSI), o Global Social Compliance Program (GSCP) e a Global Sustainable Seafood Initiative (GSSI).
Já as fazendas certificadas com o selo ASC são reconhecidas não apenas por seus cuidados sanitários, mas também por minimizar impactos no ecossistema local. A implementação de avaliações de impacto ambiental é uma prática destacada, assim como o trabalho para proteger a bacia hidrográfica receptora.
“Temos um programa de melhoramento ambiental que abrange inclusive um monitoramento da represa Jaguara em 13 pontos diferentes. Isso fornece ao órgão regulador ambiental uma visão mais ampliada de tudo aquilo que pode impactar na qualidade de água do lago, além de reduzir as fugas de peixes, contando com dispositivos eficazes para recaptura”, completa.
“O agronegócio e a sustentabilidade estão intrinsecamente ligados. Uma produção mais sustentável é uma peça fundamental que permite ao produtor rural abrir as portas para novos e mais favoráveis investimentos”, conclui o gerente da Fider Pescados.
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