Pés de frango tornam-se um ‘negócio da China’

Entenda o porquê das empresas e granjas darem uma atenção especial aos pés de frango; no continente asiático eles são considerados uma iguaria de alto valor

Por Vários Autores* – Consumidos de diversas formas, como snacks, geleias, sopas e temperados de maneira criativa, os pés de frango têm se transformado de uma iguaria tradicional em uma opção gourmet. Cada vez mais, os pés de frango vêm conquistando o paladar dos consumidores de carne e ganhando mercado na alimentação de pets, graças aos benefícios que seu consumo traz para a saúde.

Ricos em colágeno, aminoácidos, proteínas, vitaminas A, D e B12, além de minerais como ferro, magnésio, fósforo, cálcio e potássio, esses cortes auxiliam na cicatrização, saúde da pele, sistema imunológico, cartilagens, ossos e coração.

Embora em alguns países os pés de frango sejam frequentemente subestimados, tratados como subprodutos ou descartados, no continente asiático eles são considerados uma iguaria de alto valor, muitas vezes superando até o peito de frango em termos de preço e prestígio.

Foto: Neide Rigo

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal, em 2024, o Brasil exportou mais de 5 milhões de toneladas de carne de frango e seus derivados. Como líder global na exportação desse produto, o país tem se concentrado no aproveitamento integral da carcaça e inclusive dos pés de frango, com o objetivo de atender a um mercado cada vez mais exigente, que busca aves criadas de maneira sustentável e com foco no bem-estar animal.

Os desafios na comercialização dos pés de frango começam na criação e se estendem ao processo de seleção no abatedouro, onde os pés são minuciosamente avaliados, levando em consideração a presença de lesões. Somente os pés sem danos são considerados adequados para o consumo.

Entre as principais causas de lesões, destaca-se a pododermatite plantar/digital, que se manifesta por descoloração da pele, hiperqueratose, erosões e, nos casos mais graves, úlceras. Essas lesões geram sérios problemas locomotores nas aves, dificultando seu acesso ao alimento e à água, o que retarda o crescimento, favorece o surgimento de outras doenças e compromete o bem-estar dos animais.

Além disso, a presença de tais lesões agrava a situação no mercado de exportação, onde os padrões de qualidade e segurança se tornam cada vez mais rigorosos, exigindo um controle mais preciso na produção para atender à crescente demanda e aos elevados critérios dos compradores.

A alta demanda do mercado e as exigências dos consumidores forçaram o Brasil a investir em inovações e melhorias na criação das aves de corte. O foco tem sido otimizar o desempenho das aves, reduzir os custos de produção e diminuir a taxa de condenação de produtos. Com essas melhorias, o Brasil consegue elevar a qualidade dos produtos exportados, garantindo que atendam de maneira mais eficaz aos requisitos dos mercados internacionais e oferecendo uma produção mais sustentável e rentável.

Por Jucielly Pereira do Carmo; Rodrigo Fortunato de Oliveira; Marco Antônio Pereira da Silva. Bibliografia com os autores

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