“País deve fazer revolução na agricultura se quiser ser referência em biocombustíveis” – disse Marcos Fava Neves, especialista em agronegócio e professor da USP.
O clima bom para o agronegócio brasileiro, com os resultados obtidos em 2019, deve se consolidar em 2020, mas País deve investir em tecnologia digital e revolucionar a agricultura se quiser ser referência mundial no setor. Essa é a avaliação de Marcos Fava Neves, especialista em agronegócio e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP.
Dados de dezembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam que a safra de grãos 2019/2020 deve bater recorde. A previsão é de que sejam colhidas 246 milhões de toneladas de grãos, variação positiva de 1,9% em relação à safra passada. Enquanto isso, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisa para 1,4% o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário de 2019, inicialmente previsto em 0,5%.
Os bons resultados alcançados em 2019, segundo Fava Neves, são devidos ao grande volume de produção e aos bons preços. O que deve se manter em 2020, elevando a estimativa de crescimento do agronegócio brasileiro de 3,2% para 3,7%. As perspectivas otimistas estão ancoradas no mercado interno e no rearranjo da demanda externa, com a concretização do acordo de tarifas comerciais entre Estados Unidos e China.
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Fava Neves prevê ainda um salto na importância dos biocombustíveis, “que voltam com força” e exigem que o Brasil adote mudanças, se quiser ser referência mundial na produção agropecuária. Para o professor, o País tem que realizar “uma revolução da digitalização, da tecnologia, permitindo a gestão da lavoura por metro quadrado com todos os dados; uma revolução na economia circular, como etanol de milho e o etanol de cana-de-açúcar, e o confinamento entre outras, permitindo uma revolução na agricultura”.
Fonte Jornal da USP