Retomada das compras chinesas deve ocorrer no início do segundo trimestre; Enquanto demanda chinesa não acontece, pecuaristas retém oferta e tem conseguido segurar preços da arroba.
O pecuarista brasileiro tem um bom cenário para o segundo trimestre deste ano, segundo Douglas Coelho, sócio da Radar Investimentos. Segundo ele, a partir da segunda quinzena de abril, a China deve começar a retomar as importações com um pouco mais de força.
A expectativa do especialista vem de encontro com a informação veiculada pela Comissão Nacional de Saúde da China nesta quinta-feira (27) de que o surto do novo coronavírus deve sob controle no país asiático no fim de abril.
De acordo com Douglas, ainda não se pode esperar uma voracidade chinesa por proteína animal semelhante à vista no final do ano passado, “mas o país é bem organizado, têm estoque, trabalham bem com a logística, e é possível pensar numa boa recuperação”.
Coelho explica ainda que o fato de o governo chinês ter batido o martelo em relação à restrição do consumo local de carnes de animais exóticos também abre um espaço maior para a importação de proteína animal de qualidade e preços atrativos, o que é o perfil do Brasil.
Sobre a perspectiva de a China passar a importar o dobro de carne por causa das crises sanitárias e restrições de consumo de animais exóticos, o especialista afirma que “em s etratando de China, nós não podemos duvidar deste número”.
“Nos últimos anos o aumento na importação de carne bovina foi grande, e não decsartaria um crescimento ainda em 2020 e 2021. Estamos no olho do furacão, mas a resposta disso pode ser intensa”, explica.
Sobre a abertura dos Estados Unidos para aquisição de carne bovina in natura do Brasil, o especialista afirma que a decisão não deve mudar o volume embarcado, que representa atualmente cerca de 1,5% do total exportado.
“Isso serve mais para nós como um carimbo positivo, porque os Estados Unidos é um país exigente e tem muita influência junto à política de outros países. Isso pode abrir novas portas, inclusive na diversificação, já que no Brasil a tradição de consumo interno é da parte traseira”, afirma.
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MERCADO INTERNO
Segundo Coelho, o consumo interno de carne bovina nos últimos dias foi dentro das expectativas, o que enxugou não só os estoques do produto no atacado, mas também as escalas das indústrias.
Ele explica que a tendência a curto prazo é positiva, já que os frigoríficos precisam recompor os estoques e estão com as escalas curtas, com a maioria das indústrias com bois suficientes para abate até terça-feira, e alguns com boi para abater até a próxima sexta-feira (7).
Com as chuvas abundantes, beneficiando as pastagens, o pecuarista tem uma segurança de até quatro semanas para segurar o boi no pasto e esperando preços melhores para realizar a venda.
Fonte: Notícias Agrícolas