Pecuarista sul-mato-grossense faz o abate de fêmeas meio sangue Angus x Nelore e consegue mais de R$20 por arroba de bonificação; veja como conseguir
Por Lawra Antunes* – Que o cruzamento é uma forma de melhorar o ganho genético, cujo objetivo é fazer uma progênie mais produtiva, trazendo e complementando características desejáveis de ambas as raças, todo mundo já sabe. E que aproveita – se as características de adaptabilidade, resistência e fertilidade das vacas Nelore, e o ganho de peso, precocidade sexual e acabamento dos touros Angus, aumentando significativamente a eficiência na atividade de corte, também já não é mais novidade. Que produto desse cruzamento resulta em animais com precocidade sexual, boa habilidade materna, férteis e menor tamanho da vaca adulta, aspectos esses que melhoram a eficiência reprodutiva do rebanho, é fato.
Mas o que vem surpreendendo muito e superando as expectativas, é o valor agregado que uma negociação eficiente pode trazer para esses animais, quando o assunto é abate.
Animais oriundos desse cruzamento se enquadram nos mais exigentes, no entanto, mais interessantes programas de bonificação, que na sua maioria, estão estreitamente relacionadas além do padrão racial, à maturidade e acabamento, características essas que esses animais vem demonstrando de maneira surpreendente.
Normalmente os frigoríficos tem os seus protocolos de bonificações específicas, cujos pré requisitos, são determinados pela própria diretoria, em função do mercado, considerando a relação demanda x oferta.
Porém existem programas que vigoram em vários frigoríficos diferentes, espalhados por todo país, como é o caso do Carne Angus Certificada, que está entre os mais conhecidos protocolos de bonificação, assim como o Protocolo 1953, que é um programa especifico do JBS/Friboi, que além de bonificar em função do acabamento e maturidade, bonificam também pelo peso, pagando valor de @ de macho, ou seja , quase 10% a mais para as fêmeas que ultrapassam as 16@, características que as fêmeas ½ sangue vem expressando com frequência.
Somando os valores dessas bonificações podem ultrapassar os R$20/@, colocando o produtor em um outro patamar de satisfação e reconhecimento pela qualidade do seu produto.
É o caso Sr Wilson Brochmann, proprietário da Agropecuária Maragogipe, que fica em Itaquiraí, Mato Grosso do Sul. O produtor é eneacampeão invicto do concurso de carcaça Angus – concurso organizado pelo Marfrig e Carne Angus Certificada – que vem abatendo novilhas dentro do Protocolo 1953 animais com menos de 18 meses atingindo média de 17,3@, 100% acabamento uniforme, chegando no ápice das bonificações, não é a toa que são consideradas as Pérolas Negras da Maragogipe. Os resultados que esses animais atingem e o alto valor agregado, vem abate a abate chancelando as vantagens desse cruzamento.
Negociar animais oriundos desse cruzamento, dentro desses protocolos de bonificação, é extremamente rentável, considerando que algum deles são acumulativos com outras bonificações, tanto regionais, como nacionais, ou seja, produzir e investir em qualidade vale muito a pena, e o mercado espera por isso.
E não é só o produtor e o frigorífico que levam vantagem abatendo esses animais, mas principalmente o consumidor final, pois o produto que chega a sua mesa, é de extrema qualidade, justamente em função das caraterísticas organolépticas dessa carne, que apresenta altos índices de marmoreio e suculência, atendendo todos os requisitos para as linhas de carne Premium, mercado em grande ascenção, não só no Brasil, como no mundo.
Lawra Antunes é zootecnista e especialista em acompanhamento de abates da PRO@
Veja algumas outras fotos do abate:
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