Actinomicose: Perda de dentes, emagrecimento e emaciação em bovinos

Actinomicose é causada por Actinomyces bovis, uma bactéria filamentosa, Gram-positiva, que ocorre como um comensal da cavidade bucal e, ocasionalmente, provavelmente em conseqüência de lesões da mucosa oral, penetra nos tecidos, causando osteomielite localizada preferentemente na mandíbula e maxilar.

A enfermidade afeta bovinos de diversas idades, e geralmente ocorre de forma esporádica. No entanto, em algumas ocasiões, ocorrem surtos.

Outras espécies, incluindo ovinos, suínos e eqüinos podem, também, ser afetadas.

Os sinais clínicos caraterizam-se pelo aparecimento de tumefação com consistência muito dura, localizada a altura dos dentes molares ou pré-molares.

Actinomicose (3)

Na grande maioria dos casos ocorre na mandíbula e com menor freqüência no maxilar. Localizações em outros ossos são raras.

Geralmente, a lesão aumenta de tamanho lentamente durante alguns meses; mas, em alguns casos, se produz uma evolução rápida, observando-se marcado aumento de tamanho da lesão em menos de 30 dias.

Actinomicose (2)

Posteriormente ocorre ulceração da pele e se observam trajetos fistulosos, com presença de pus amarelado, que apresenta grânulos pequenos e duros semelhantes aos grânulos de enxofre.

Ocorre dor, afrouxamento e perda de dentes, que causam dificuldades para a alimentação. Há emagrecimento progressivo e emaciação.

Os animais afetados devem ser tratados e separados do resto do rebanho para evitar a transmissão da enfermidade.

A Actinomicose encontra-se entre as principais patologias que levam a perdas econômicas no setor agropecuário. Ela contribui diretamente na diminuição da produção de leite e carne, além de interferir no desempenho reprodutivo dos animais afetados devido ao stress causado pela mesma.Ao lesionar os ossos da face, tecidos moles e dentes, esta afecção provoca dificuldade na mastigação, perda de peso e diminuição da libido.

Os animais atingidos, geralmente não vêm a óbito em decorrência das lesões provocadas pela actinomicose, porém estas lesões tornam-se uma porta de entrada para agentes infecciosos secundários, que tem o seu acesso facilitado em decorrência da queda de imunidade, e pela disseminação rápida através da via hematógena.

Concluímos que a actinomicose deve ser tratada na sua fase inicial, porém, o clínico encontrará dificuldades para o diagnóstico nesta fase, onde as lesões estão inaparentes. O tratamento pode ser na maioria dos casos ineficiente e a cura nem sempre acontece.

Tratamento

  • Cirurgia (quando as lesões são pequenas);
  • Antibióticos: terapia prolongada com Penicilinas;
  • Iodeto de Potássio (1g/12kg de PV);
  • Isoniazida (VO por 30 dias);

Por Delf Ribeiro

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