Pecuaristas vão à justiça contra frigoríficos, veja!

A “briga” não é novidade para o setor, um grande prejuízo que os pecuaristas vem carregando e que precisa ter um fim, é hora de união!

Por determinação do seu colegiado, a Farsul deve ingressar na Justiça para pedir o fim da cobrança da chamada Taxa de Frio. A medida pode ser tomada caso não haja evolução nas negociações com a indústria. Atualmente, os frigoríficos do Rio Grande do Sul são os únicos do Brasil que praticam o desconto.

A notícia foi tema aqui no Compre Rural no final do mês de novembro, onde foi anunciado que iria ocorrer uma importante Assembleia na Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL). Agora a conversa ficou mais endurecida e os pecuaristas querem, de uma vez por todas, colocar um fim nessa história.

A Taxa de Frio é uma cobrança de 2% sobre o peso da carcaça devido à perda por resfriamento. Na prática, a cada cem animais comercializados pelos produtores, eles recebem por 98.

“Já está mais do que na hora do Rio Grande do Sul sair dessa posição vexatória, pois somente em nosso estado ocorre esse desconto, sem qualquer embasamento legal” – disse o diretor do sindicato rural de Santiago e produtor rural, Lauro Sagrilo.

O tema cresceu nos dois últimos anos e, desde maio último, a Federação intensificou o debate com o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs). Como as negociações não estão evoluindo, a possibilidade de judicialização da taxa ganha força.

A proposta foi apresentada aos delegados dos Sindicatos Rurais do estado durante Assembleia do Conselho de Representantes da Farsul, realizada em 27 de novembro, por videoconferência. Os 82 sindicatos que participaram da reunião aprovaram de forma unânime a medida.

O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, informa que a Federação já comunicou o Sicadergs sobre a decisão. Os representantes da indústria pediram alguns dias para dar uma resposta.

De onde vem a cobrança?

Na década de 60 já existia a quebra de frio que era realizada pela as cooperativas. Na qual, uma dessas cooperativas foi vendida para um frigorífico, que manteve o desconto de 3% e as demais indústrias na época compravam a peso vivo.

O Presidente da Sicadergs, Ronei Lauxen, entrevistado em 2019 afirmou que a cobrança continuará sendo feita pelos frigoríficos – membros do sindicato, mesmo com o movimento contrário dos sindicatos dos produtores do Estado que denunciam que a cobrança é ilegal.

Segundo ele a indústria segue a determinação de pesagem de carcaças bovinas quente como objetivo em padronizar e tipificar as carcaças, e que nessa determinação não há impedimento do desconto com as perdas de resfriamento dentro das camaras frigorificas, que, segundo ele, chega a apresentar até 3% de perdas.

Com informações da Farsul.

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