Pecuaristas travam oferta e frigoríficos também recuam

Com um cenário de oferta enxuta de animais terminados, preços recordes da arroba e demanda doméstica fraca, o mercado tem baixa fluidez nesta semana!

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nesta quinta-feira, 27, a depender da praça pecuária avaliada o movimento de queda foi mais acentuado. As indústrias com destino ao mercado interno estão exercendo maior pressão de baixa nos preços, já que estão apreensivas com a virada do mês e, possivelmente, tentando frear a disparada dos preços que deverá acontecer.

Os custos de produção da pecuária de corte nacional subiram novamente em 2021, com uma expectativa de custos ainda mais elevados para o primeiro semestre de 2022 . Segundo pesquisadores do Cepea, para este ano, o cenário tende a ser novamente desafiador ao pecuarista brasileiro, sobretudo devido ao dólar elevado e ao clima desfavorável no Sul do Brasil.

Nas praças paulistas, a demanda frouxa no mercado interno e oferta curta de gado terminado têm equilibrado os preços. No comparativo diário as cotações das três categorias de bovinos para abate ficaram estáveis, mas já foram vistos negócios a preços menores voltados para o mercado interno.

As escalas estão confortáveis, atendendo, em média, 8 dias. Com isso, o boi gordo está sendo negociado em R$337,00/@, a vaca gorda em R$303,00/@ e a novilha gorda em R$325,00/@, preços brutos e a prazo.

Já a referência para o “boi China” está firme em R$345,00/@, sendo que esse preço é composto por um ágio de até R$ 10,00/@. Os pecuaristas de Tietê, no estado de São Paulo, informaram negociações de até R$ 345,00/@ com pagamento à vista e o abate programado para o dia 01 de fevereiro. Veja a imagem abaixo com os detalhes da negociação.

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 336,23/@, na quinta-feira (27/01), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 334,06/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 314,16@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 331,91/@.

O preço do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, apontou alta de 0,41%. Sendo assim, os preços da arroba do boi gordo na média paulista saltaram de R$ 342,30/@ para o valor de R$ 343,70/@, com isso o boi gordo acumula uma alta positiva neste mês de 2,14%. Confira o gráfico abaixo, onde é possível observar que os valores do Indicador estão acima de R$ 330,00 desde o início do ano.

Os frigoríficos locais também estão preocupados com o lento ritmo das vendas no atacado e devem continuar testando preços mais baixos, acrescenta a consultoria.

Na B3, a firmeza dos preços futuros da arroba bovina vem sendo mais repercutida nas posições mais longas, relata a IHS. Com isso, o contrato com vencimento para fev/22 encerrou o dia a R$ 341,70/@, apresentando queda de 0,26% no comparativo diário. Porém, a liquidez no mercado futuro também é baixa.

Os frigoríficos que operam no mercado doméstico começam a ofertar preços mais baixos, mas o fluxo de negócios continua lento. De qualquer forma, essa tendência se consolida em meio a recente queda dos preços da carne bovina no atacado, reduzindo significativamente a margem operacional dessas unidades frigoríficas, tanto que o aumento da ociosidade tem sido evidenciado neste início de ano.

“As indústrias já não manifestam tanto interesse nas aquisições de gado gordo, preocupadas com a inconsistência do mercado atacadista de carne bovina”, relata a consultoria. Diante da fraqueza do consumo interno da proteína, a queda de braço entre as duas pontas (pecuaristas versus frigoríficos) se acentuou e a especulação baixista voltou a assombrar o mercado do boi.

Segundo a consultoria, os repasses de custos aos preços finais da carne bovina encontram dificuldades diante do frágil fluxo no escoamento da produção associado aos baixos preços das proteínas concorrentes (frango e suínos).

Cresce a possibilidade de paralização temporária das atividades (com férias coletivas aos funcionários) de algumas unidades de abate, já que muitas delas já estão com capacidade ociosa elevadas, relatam os analistas da IHS.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 337, ante R$ 336 na quarta-feira.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 314, ante R$ 319.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 315, contra R$ 316.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 335 por arroba, contra R$ 340.
  • Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 320 para a arroba do boi gordo, inalterada.
Foto Divulgação. @agropecuáriaveneza

Atacado

O mercado atacadista voltou a se deparar com preços. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios segue preocupante, considerando a predileção do consumidor médio por proteínas que causem menor impacto na renda média, a exemplo da carne de frango e da carne suína. “A forte queda dos preços das proteínas concorrentes no início deste ano é um elemento relevante a ser considerado na decisão de compra do consumidor brasileiro”, apontou Iglesias.

O quarto traseiro segue precificado a R$ 23,50, por quilo. Quarto dianteiro segue no patamar de R$ 15,80, por quilo. Ponta de agulha segue no patamar de R$ 14,50, por quilo.

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