Pecuaristas resistindo e aguardando a China, veja!

Para o pecuarista, o quadro permanece com grande tensão, considerando o alto custo de nutrição animal para manter os animais confinados; Confira!

O cenário que vem sendo desenhado, desde a suspensão dos novos embarques para a China, é de prejuízo para o pecuarista que possuí altos custo de nutrição para manter os animais no cocho. Expectativa é de que o mercado tenha um posicionamento de Pequim, ainda nesta sexta-feira, 08, com término das festividades no país. Sendo assim, o mercado nessa quarta-feira, registrou preços estáveis em praticamente todas as praças pecuárias avaliadas.

As entregas dos lotes oriundos de confinamento estão sendo postergadas, já que a grande parte das indústrias optam por se manter fora das compras diante do embargo da China à carne bovina brasileira, outras já pulam dias de abate e reagendam os lotes negociados. O atraso já chega a 30 dias e os pecuaristas calculam os prejuízos.

O mercado segue pressionado nas praças paulistas. Sem notícias da reabertura das exportações para a China, e com boa oferta de boiadas, as cotações do boi e vaca gordos caíram R$5,00/@, e para novilha gorda queda de R$3,00/@, na comparação diária. 

Dessa forma, boi, vaca e novilha gordos são negociados em R$285,00/@, R$267,00/@ e R$284,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo.

Devido ao escoamento lento, parte dos frigoríficos estão com programações de abates com volumes reduzidos e/ou pulando dias de abate. Há unidades testando preços mais baixos que as referências. 

No acumulado de setembro (até o dia 30), o Indicador CEPEA/B3 do boi gordo registrou baixa com o valor caindo -0,74%, atingindo a valor de R$ 280,90/@. O indicador passou a refletir a real situação do mercado, indústrias aproveitando as escalas confortáveis e os pecuaristas tentando minimizar os prejuízos, principalmente aqueles que possuem animais no cocho.

O Indicador do CEPEA/B3, nos últimos oito dias úteis de levantamento, a arroba saltou de um patamar de R$ 304,45/@ para o o valor de 280,90/@, conforme o gráfico abaixo.

Mercado Futuro

Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo seguiram em recuperação, ainda que concentrada nas pontas mais longas, enquanto o primeiro futuro teve queda. O ajuste do vencimento para outubro passou de R$ 284,35 para R$ 282,85, do novembro foi de R$ 289,50 para R$ 291,15 e do dezembro foi de R$ 296,20 para R$ 300,50 por arroba.

“Para o pecuarista, o quadro permanece complicado, considerando o alto custo de nutrição animal para manter os animais confinados. Somado a isso, a chegada das chuvas sazonais no Sudeste e Centro-Oeste é um complicador adicional, dificultando o manejo dos pastos e, por consequência, a capacidade de retenção”, assinalou Iglesias.

Em relação à China, rumores apontam que as autoridades locais irão reabrir seu mercado à carne brasileira a partir do dia oito, mas ainda não há nada oficial. “O fato é que a cada dia sem o nosso principal mercado, pior se torna o quadro para a cadeia produtiva de carne bovina”, salientou o analista.

Após o animal atingir 20 arrobas, o gado passa a engordar e ganhar mais gordura. “O confinador profissional procura entregar um animal com a carcaça cheia e sem uma quantidade exagerada de gordura. Geralmente, temos um padrão e quando passa desse padrão, as indústrias acabam penalizando”, comentou o presidente da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), Maurício Velloso .

Liberação das exportações está próxima

Ainda sem retorno, após mais de 30 dias da suspensão o governo de Pequim é quem vai decidir quando começará a importar novamente. Analistas e fontes da indústria exportadora, afirmam que o Governo brasileiro trabalha com todas as informações e acordos para que a liberação seja feita de forma rápida. Sendo assim, acreditam que a China deva voltar a embarcar novos lotes a partir desta sexta-feira, dia 8.

Em junho de 2019, o Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China após um caso atípico de doença da vaca louca, e a proibição foi suspensa pelo governo chinês cerca de 10 dias depois. Desta vez, a demora pode estar ligada a fatores internos que a China passa, além do feriado desta semana. Outro ponto é a forma de negociar que os compradores chineses sempre adotam.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 280 na modalidade à prazo, estável na comparação com a terça-feira.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 265, ante R$ 275.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 275, contra R$ 280.
  • Em Cuiabá, o boi gordo foi negociado por R$ 274, contra R$ 279.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 275 a arroba, ante R$ 280.

Atacado

O mercado atacadista registrou preços predominantemente mais baixos para a carne bovina. “A atual conjuntura indica que os preços seguirão pressionados mesmo na primeira quinzena do mês, período típico de repique de consumos com a entrada da massa salarial”, disse Iglesias. Com muito volume que teria destino ao mercado chinês ainda armazenado nas câmaras frias, prossegue o temor de que os frigoríficos tenham que desová-lo para consumo interno, o que provocaria uma derrocada nos preços também da arroba do boi.

Com isso, o quarto traseiro ainda foi precificado a R$ 21,25 por quilo. O quarto dianteiro ainda é cotado a R$ 15,30 por quilo, contra R$ 15,80 ontem e a ponta de agulha caiu de R$ 15,70 por quilo para R$ 15.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM