Pecuaristas resistem e boi gordo firma a R$ 315/@; aposta é de disparada em 2025

Apesar das pressões de baixa observadas em dezembro, analistas projetam um cenário otimista para 2025, com possibilidades de retomada nos preços. E você, o que acha que vai acontecer com a arroba do boi gordo no próximo ano?

O mercado de boi gordo no Brasil encerra 2024 com preços relativamente estáveis, marcados por oscilações regionais e uma acomodação do valor da arroba em R$ 315 em São Paulo. Apesar das pressões de baixa observadas em dezembro, analistas projetam um cenário otimista para 2025, com possibilidades de retomada nos preços.

Segundo Allan Maia, analista da Safras & Mercado, os frigoríficos mantiveram escalas de abate confortáveis ao longo do mês, o que, aliado ao ritmo lento de compras, limitou os negócios. “Com a proximidade do final de ano, o mercado sinaliza perda de liquidez, com um viés de queda nos preços da arroba, a depender da resposta de demanda no atacado”, afirmou.

Nas principais praças pecuárias do país, os preços se mantiveram estáveis ou apresentaram leve retração:

  • São Paulo (Capital): R$ 315, inalterado na semana.
  • Minas Gerais (Uberaba): R$ 310, recuo de 1,59% frente à semana anterior.
  • Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 315, sem mudanças.
  • Goiás (Goiânia): R$ 300, estável.
  • Mato Grosso (Cuiabá): R$ 300, inalterado.
  • Rondônia (Vilhena): R$ 280, sem alterações.

O mercado atacadista registrou quedas nos preços da carne bovina, principalmente devido à competitividade de proteínas mais acessíveis, como a carne suína e a de frango. Os cortes dianteiros foram negociados a R$ 20,30/kg, uma queda de 0,98%, enquanto os traseiros recuaram 0,74%, passando de R$ 27,00 para R$ 26,80/kg.

Exportações: desempenho abaixo do esperado

As exportações de carne bovina brasileira em dezembro (10 dias úteis) somaram US$ 438,372 milhões, com média diária de US$ 43,837 milhões. No total, foram embarcadas 89,335 mil toneladas, a um preço médio de US$ 4.907,10 por tonelada.

Em comparação com dezembro de 2023, houve redução de 7,5% no valor médio diário exportado e de 14,3% na quantidade média diária embarcada, apesar de um aumento de 7,9% no preço médio por tonelada. A retração reflete a menor competitividade do produto brasileiro no mercado externo.

Expectativa para 2025: disparada nos preços do boi gordo

Embora o mercado enfrente um momento de retração, a perspectiva para 2025 é de alta nas cotações da arroba. A Scot Consultoria aponta que a estabilidade no mercado paulista, mesmo em um período de baixa liquidez, é um indicativo de que o ciclo de preços pode entrar em recuperação.

Os pecuaristas, por sua vez, mostram-se cautelosos, evitando grandes volumes de vendas no final de 2024 e apostando em preços melhores no início do próximo ano. Segundo o Cepea, a diferença entre os preços da carne no atacado e a arroba do boi gordo é um dos fatores que sustentam a expectativa de alta. Em dezembro, essa diferença chegou a R$ 42,10 por arroba, a maior já registrada.

A chegada da segunda parcela do 13º salário e as festividades de fim de ano podem trazer uma leve melhora no escoamento no curto prazo, mas o maior otimismo está concentrado em 2025. O cenário inclui aumento na demanda interna, maior equilíbrio entre oferta e demanda, e possíveis ganhos no mercado externo.

Sinais de recuperação no horizonte

Apesar de um final de ano marcado por estabilidade e desafios, o mercado de boi gordo no Brasil encerra 2024 com preços superiores aos observados no início do ano. A aposta de disparada em 2025 se sustenta em fatores como maior demanda sazonal, equilíbrio entre oferta e demanda e a retomada da competitividade no mercado externo. Para os pecuaristas, o cenário exige estratégia, mas a perspectiva de um ciclo mais positivo mantém o setor confiante para o próximo ano.

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