Os grandes frigoríficos alongam as suas escalas e ditam ritmo dos negócios em importantes praças pecuárias, deixando o pecuarista em uma “sinuca de bico”!
O mercado físico do boi gordo encerrou a semana com preços de estáveis a mais baixos, a depender da praça avaliada pelo país (Confira abaixo os preços médios da arroba por região). Infelizmente, para o pecuarista, a situação segue complicada já que as grandes indústrias seguem com o alongamento das escalas de abate e, essa situação, deixa o mercado bagunçado e sem referência.
Nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais continuaram acontecendo algumas negociações acima da referência média para animais que cumprem os requisitos de exportação para a China. Já as outras praças, seguem com o diferencial de base crescendo, alguns com 10%, quando comparado a praça paulista – referência para as demais.
Como supracitado, nas principais praças de produção e comercialização das regiões Centro-Oeste e Norte o cenário de pressão de baixa sobre a arroba do boi persiste, com frigoríficos bem posicionados ditando o ritmo dos negócios.
Segundo o app da Agrobrazil, a semana encerrou com um aumento no diferencial de base, com destaque para Goiás e Rondônia. As praças, conforme imagem abaixo, atingiram um valor de -10,06 e – 10,52%, respectivamente, quando comparada a arroba média de R$ 290,47/@ da praça paulista.
Em conversa com alguns pecuaristas que atuam no estado goiano, os atuais preços deixam o planejamento em uma “sinuca de bico”. “Os grandes frigoríficos seguem com escalas alongadas e, claro, essa situação complica a vida nossa (da porteira pra dentro), já que manter esse animal na fazenda é complicado e, estamos vendendo, mas com um prejuízo de R$ 600,00/boi.” Levando em conta uma média dos animais com 20@.
Depois de registrar a menor cotação do ano, o preço da arroba começa a reagir. O que esperar para os próximos dias? A tendência de alta é o que aposta a Agrobrazil, que monitora os preços diretamente com os produtores.
O boi destinado à exportação está apregoado em R$300,00/@, preço bruto e a prazo, mas vale ressaltar que há negócios abaixo de tal referência. Para o mercado interno, boi, vaca e novilha os preços são R$290,00/@, R$270,00/@ e R$282,00/@, na mesma ordem, preços brutos e a prazo, apontou o relatório diário da Scot Consultoria.
Já o Indicador do Boi Gordo/CEPEA, parece ter ajustado os prumos e segue pareado com o que tem sido observado pelas principais consultorias do país. Na última sexta-feira, o preço médio ficou em R$ 294,55/@. Já a cotação em dólar, seguiu abaixo da média anual e ficou cotada a US$ 56,03/@.
Por outro lado, o desempenho das exportações de carne bovina ao longo do ano é bastante satisfatório, oferecendo maior capacidade para os frigoríficos exportadores em pagar mais pela arroba do boi gordo que atendem ao padrão exigido pelos compradores externos.
As expectativas são boas, apesar do cenário atual
As expectativas se voltam para o último trimestre de 2022, período que pode ser marcado por uma (sonhada) recuperação do consumo interno de carne bovina, estimulado pelas tradicionais festas de final do ano, além das comemorações ligadas à Copa do Mundo de Futebol – onde há festejo, há churrasco na mesa do brasileiro, além de outras receitas feitas com a proteína bovina, disparada a preferida por aqui.
“Dados econômicos positivos no Brasil também devem potencializar uma gradual retomada das vendas da proteína no mercado doméstico”, observa a IHS.
Além disso, continua a consultoria, as exportações ainda serão um importante canal de escoamento da carne bovina ao longo deste ano, pois a demanda externa segue longe de arrefecer, ao menos no curto prazo.
Tal comportamento do mercado, diz a IHS, pode estimular novas altas nos preços da arroba.
Giro do boi gordo
- Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi ficou em R$ 292.
- Em Dourados (MS), a cotação seguiu em R$276.
- Em Cuiabá (MT), a arroba de boi gordo finalizou o dia cotada a R$ 265.
- Em Uberaba (MG), os preços caíram e as cotações ficaram em R$ 280.
- Em Goiânia (GO), os preços do boi despencaram tendo a arroba cotada em R$ 260 .
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Boi no atacado, segundo Safras
Já os preços da carne bovina seguiram firmes no mercado atacadista no fechamento da semana. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma queda dos preços no curto prazo, em linha com a menor reposição entre atacado e varejo tradicional da segunda quinzena de cada mês, resultado da desaceleração do consumo.
Mas é importante mencionar que há otimismo em torno do consumo doméstico durante o último trimestre, pico sazonal de demanda com as festas de final de ano, o que pode motivar alta dos preços, ponderou Iglesias.
Assim, o quarto traseiro permaneceu com preço de R$ 21,10 por quilo. A ponta de agulha seguiu precificada a R$ 16,40 por quilo. Por fim, o quarto dianteiro permaneceu no patamar de R$ 16,50 por quilo.