O grande prejuízo vem pela falta de infraestrutura das estradas e das chuvas que assolam o estado. Infelizmente esse não foi o único caso no setor!
Produtores rurais que atuam em cidades dos vales do Mucuri e Jequitinhonha estimam que podem ter perdido até 500 mil litros de leite, em função da chuva intensa que vem atingindo a região desde dezembro. O diagnóstico é prévio e pode apresentar um impacto ainda maior. Pecuaristas perdem cerca de 500 mil litros de leite, vídeo!
O prejuízo foi causado após a queda de pontes e o fechamento de estradas, que impedem a entrega do insumo em laticínios da região e de municípios da Bahia. Em toda a região, a estimativa da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater) é de que 30 mil agricultores tenham sido afetados.
De acordo com o Sindicato dos Produtores Rurais de Machacalis, Bertópolis, Santa Helena e Umburatiba, as quatro cidades foram bastante atingidas com as precipitações e, na zona rural, muitos produtores ainda amargam prejuízos.
“Temos alguns setores prejudicados, mas nenhum como o de leite. A produção não para, temos produtores que por dia tiravam mil litros de leite, mas não tinham como escoar e tiveram de jogar fora. No mínimo perdeu-se de 200 mil a 500 mil litros”, lamentou a presidente do sindicato, Klécila Portes.
Ela explica que alguns produtores ficaram até duas semanas sem escoar os produtos e ainda há acessos que estão bloqueados. “Ainda não conseguimos levantar todo o prejuízo financeiro, mas pelo menos vidas não foram perdidas”, disse ao lembrar que o gado e demais animais das fazendas conseguiram se salvar durante as enchentes. O assunto também está sendo tratado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg).
De acordo com o presidente da organização, Antônio de Salvo, ainda não é possível dimensionar o impacto financeiro que a chuva trouxe aos produtores rurais. Mas, levantamento inicial da Faemg indica que a produção de leite deve ter o maior prejuízo financeiro, enquanto as maiores perdas deverão ser confirmadas para a olericultura e avicultura. Isso se deve ao fato de que muitos produtores perderam toda a produção.
Entre as cidades mais afetadas estão Machacalis, Porteirinha e Salinas, segundo Salvo. “Ainda estamos no meio do furacão, 90% das estradas que cortam essas cidades estão intransitáveis. Vamos esperar passar o período chuvoso forte para entender o saldo e perspectivas futuras”, analisa Antônio.
Conforme a Faemg, pastos e lavouras de plantação de milho, que seria usado para alimentação dos animais nos próximos meses, foram bastante comprometidos com o excesso de água.
Chuva
Klécila Portes afirmou que a última chuva desta intensidade na região foi registrada há 58 anos. “Sentimento de tristeza, devastação e importência. Infelizmente não dá para ajudar todo mundo que foi afetado”, ressalta.
Extensão
Além dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, o Norte, Nordeste e Leste de Minas também foram afetados, segundo a Emater. “Alguns municípios do Jequitinhonha que têm média histórica anual (chuva) de 750 milímetros, só em dezembro choveu 600 milímetros”, disse o diretor-técnico da Emater, Gelson Soares Lemos.
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O gestor alerta que, em janeiro, houve deslocamento das precipitações para o Sul do Estado e Zona da Mata. “Vários agricultores relataram problemas com feijão de primeira safra, milho e grãos, principalmente em pequenas áreas de agricultura familiar”, acrescentou.
Até o momento, 124 municípios mineiros já decretaram estado de emergência por causa da chuva. O governador Romeu Zema chegou a fazer um sobrevoo às cidades atingidas e a situação dos produtores rurais, especificamente, é monitorada pela Emater, com o apoio da Defesa Civil Estadual, informou o órgão.
Com informações do O Tempo