Uma enfermidade letal causou a morte de milhares de aves ao longo dos últimos anos em diversas regiões do planeta.
Nos últimos anos, um vírus devastador conhecido como gripe aviária ceifou milhões de aves em diversas partes do globo. Recentemente, autoridades do Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal, órgão vinculado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), relataram a detecção desse mal em rebanhos de vacas leiteiras no Texas e no Kansas.
Os animais mais velhos foram os mais afetados, com uma taxa de incidência de cerca de 10% nos rebanhos das fazendas afetadas. Sintomas como perda de apetite, febre e diminuição na produção de leite foram observados, alertando para a presença da doença.
Os testes conduzidos pelo USDA, tanto no leite quanto nos animais sintomáticos, confirmaram a presença do vírus altamente patogênico da influenza aviária (HPAI). Além disso, foram encontradas aves selvagens mortas nas propriedades sob investigação.
A propagação da gripe aviária em mamíferos é um fenômeno alarmante. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) descreve a gripe aviária como uma ameaça significativa para as aves, especialmente quando causada por subtipos altamente virulentos do vírus, resultando em restrições comerciais tanto no mercado interno quanto externo e grandes prejuízos econômicos para a indústria avícola.
A transmissão do vírus pode ocorrer por longos períodos, especialmente em ambientes frios, através do contato direto com secreções de aves infectadas, como fezes, ração, secreções respiratórias, água, ovos quebrados ou carcaças.
Luizinho Caron, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, destaca que o incidente nos Estados Unidos não é único. Casos anteriores de contaminação de bovinos pelo vírus da influenza foram registrados, como em 1951, no Japão. Em 1977, uma situação semelhante resultou na queda na produção de leite. No entanto, tais contaminações são consideradas raras, embora possam ocorrer de tempos em tempos.
Existem especulações sobre a resistência dos bovinos ao vírus, já que, até o momento, não houve relatos de mortes. Alguns cientistas e pesquisadores estão investigando se isso se deve a proteínas ou outras substâncias presentes no soro desses animais.
Anteriormente, a broncopneumonia era o sintoma mais comum entre os animais infectados pelo vírus H5N1, uma infecção que afeta os brônquios e dificulta a passagem de ar para os pulmões.
E quanto ao leite?
Quanto a essa questão, o especialista tranquiliza a população destacando a importância da pasteurização para assegurar a segurança alimentar.
“Uma novidade é a detecção do vírus no leite não pasteurizado. Talvez, durante surtos anteriores, isso não tenha sido investigado. No entanto, o vírus é sensível a altas temperaturas, as quais inativam não apenas o vírus da gripe aviária, mas também bactérias como a tuberculose e a brucelose.”
Graças à pasteurização, um procedimento obrigatório que envolve o aquecimento do leite para eliminar vírus e bactérias, o consumo da bebida é seguro.
“A perda de produção de leite devido aos bovinos sintomáticos é limitada, não tendo um impacto significativo no abastecimento e não devendo afetar os preços do leite ou de outros derivados lácteos”, assegura o comunicado emitido pelo USDA.
A Comissão de Saúde Animal do Texas também se manifestou sobre o diagnóstico. O órgão relatou que, inicialmente, os testes não revelaram nenhuma alteração no vírus H5N1 que o tornasse transmissível para seres humanos.
Dentre as diretrizes fornecidas aos produtores para evitar a disseminação da doença, estão a restrição da presença de pessoas nas instalações de ordenha e a lavagem frequente das mãos.
Segundo o The New York Times, a investigação das autoridades de saúde teve início na semana anterior, após relatos às agências federais e estaduais sobre casos de vacas doentes em fazendas localizadas no Texas, Kansas e Novo México.
Jim Lowe, veterinário e pesquisador da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Illinois, informou ao jornal que a doença foi detectada em amostras de leite consideradas impróprias para consumo, apresentando uma consistência “espessa e viscosa”.
A recomendação ao encontrar aves mortas ou com sintomas neurológicos, motores e respiratórios é manter uma distância segura e não manipular os animais, além de notificar o Serviço Veterinário Oficial.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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