Produto continua valorizado no campo, impulsionado pelas exportações para a China. Arroba não deve ser comercializada abaixo de R$ 200.
Os criadores de boi começaram o ano com bons preços pagos pelos frigoríficos – repetindo o final do ano passado.
O pecuarista Osmair Guareschi está satisfeito com o momento vivido pelo mercado. Ele tem 5 mil cabeças de gado, sendo a maior parte em confinamento e 20% criada a pasto. Nesta semana, recebeu pela R$ 200 pela arroba do boi gordo (15 kg). Em novembro, o valor pago chegou a R$ 230. Mesmo assim, o valor atual é mais alto do que há um ano.
O motivo para a alta nos preços foram as exportações, que encerraram 2019 com recordes em volume e faturamento. No ano passado, a exportação de carne bovina atingiu um 1,8 milhão de toneladas, aumento de 12% em relação a 2018.
A China se consolidou como o principal comprador de carne do brasil no ano passado, segundo o Ministério da Economia, respondendo por 26,7% do total exportado.
O país asiático retoma as importações em fevereiro e isso pode impulsionar ainda mais os preços por aqui.
Exportação deve subir mais de 10% em 2020, diz Abrafrigo
A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) estima que em 2020, as exportações de carne bovina aumentem pelo menos 10%, contra alta de 13% no ano passado. Segundo a entidade, a China deve ser o maior motivo desse incremento, já que a demanda do país foi responsável pelos embarques brasileiros recordes no ano passado, fato que deve se repetir neste ano.
“A China importou 120 mil toneladas a mais do que em 2018, pagando os melhores preços do mercado internacional para o produto brasileiro – na média US$ 4.511 por tonelada no ano passado contra US$ 4.075 por tonelada em 2018”, relembra a Abrafrigo.
A associação afirma que as exportações totais em 2019 alcançaram 1,8 milhão de toneladas em volume e US$ 7, 5 bilhões na receita, batendo o recorde de 2014, quando a receita atingiu a US$ 7,2 bilhões e a movimentação foi de 1,5 milhão de toneladas.
Com a crise provocada pela peste suína africana, a China comprou, através da cidade estado de Hong Kong e do continente, o total de 837,5 mil toneladas no ano passado, contra 717,4 mil toneladas em 2018, o que significou 44,1% das exportações do Brasil.
Depois da China, o Egito foi quem mais importou a carne bovina brasileira, com 164,1 mil toneladas (-9,3%). Na terceira posição ficou o Chile, com 108,60 mil toneladas (-5,5%); na quarta, os Emirados Árabes com 71,6 mil toneladas (+94,4%) e na quinta, a Rússia, com 69,1 mil toneladas (+821%). O Irã ocupou a sexta posição, com 63,2 mil toneladas movimentadas (-24,7%).
- Você sabe por que os humanos começaram a beber leite de vaca?
- CerealCred: nova solução de crédito para associados da Acebra em parceria com a Farmtech
- Prestes a realizar o maior leilão da história do Quarto de Milha, Monte Sião Haras adquire totalidade da égua mais cara do Brasil
- Região do Cerrado Mineiro avança no mercado global com leilão virtual
- Mudanças climáticas redesenham a agricultura brasileira
Por estado, São Paulo foi quem mais movimentou o produto para o exterior, com 21,9% do total exportado, seguido do Mato Grosso, com 19,7% e de Goiás, com 13,7%. Mato Grosso do Sul veio em seguida com 11% e Rondônia ficou em quinto com 10%.
Para 2020, a Abrafrigo acredita que as condições favoráveis ao Brasil no mercado internacional devem permanecer, com a China mantendo um patamar elevado de importações, e agora com um novo componente que são as queimadas que atingem Austrália, um dos maiores players do setor no mundo, e ainda com as atraentes cotações do dólar no Brasil para os exportadores.
Compre Rural com informações do G1 e Abrafrigo