Frigoríficos resistem, mais uma vez, para conter a alta da arroba no mercado, baseado em uma incerteza no consumo interno imposta pelo coronavírus. Boi China vale até R$ 6 a mais por arroba!
Os negócios no mercado físico do boi gordo desaceleraram, mas os preços continuaram firmes nesta quarta-feira, 1º, de acordo com a consultoria Safras. O analista Fernando Henrique Iglesias diz que os frigoríficos começaram a adotar uma postura mais defensiva depois do acelerado ritmo de negócios observado no início da semana. “Os frigoríficos deverão passar a exercer uma pressão sobre os preços do gado no início da próxima semana”, disse Iglesias.
Segundo a consultoria, o potencial de consumo de carne bovina no curto e no médio prazo passou a ser uma incógnita, consequência do isolamento social para conter o avanço da pandemia. “Única certeza até agora é que fechamento de restaurantes e de outros estabelecimentos alterou os padrões de consumo”, assinalou.
Segundo o app da Agrobrazil, os pecuaristas de Crixás/GO, tem informado negócios de R$ 185/@ com 30 dias para pagamento e abate para o dia 09 de abril. Já em Iguatemi/MS, o valor da novilha gorda é de R$ 180/@ com pagamento à vista e abate para o dia 02 de abril. Já em Presidente Epitácio/SP, pecuaristas informaram negócios de R$ 200/@, com 30 dias para pagamento e abate para o dia 06 de abril. As flutuações são normais entre praças.
O que chamou atenção, é a valorização do animal padrão China. No app a nova máxima para o Boi China se concretizou, pecuaristas de Pompéia/SP, registraram as vendas de R$ 206/@ à vista e abate para o dia 14 de abril. Confira abaixo o gráfico com a distribuição dos preços ontem, 01 de abril, em São Paulo.
A média para a praça de São Paulo, segundo o Agrobrazil, foi de R$ 198,26/@. Já na média Cepea, tivemos um valor de R$ 203/@ para o boi gordo à vista.
Segundo Scot Consultoria
A referência de preço do boi gordo em São Paulo ficou estável (R$200,00/@, preço bruto, à vista). Vale destacar que há ofertas de R$5,00/@ a mais para animais jovens, com até quatro dentes, categorias quem atendem as exigências do mercado chinês. As escalas de abate avançaram, mesmo que pontualmente, e atendem em média quatro dias.
A quarentena começa a influir no consumo de carne no mercado interno. A demanda tem dado sinais de arrefecimento, decorrentes do pico de compras realizadas no período ‘’pré-quarentena’’.
Por enquanto, a estratégia adotada pelos frigoríficos permanece: trabalhando com escalas curtas, e comprando compassadamente.
Na região de Goiânia, a cotação do boi gordo caiu R$5,00/@ na comparação dia a dia, e a referência está em R$183,00/@, bruto e à vista, R$182,50/@ com o desconto do Senar e em R$180,50, livre de impostos (Senar + Funrural). Negócios nesse nível de preço foram realizados.
Do lado da oferta de boiadas, não é esperado um aumento significativo de hoje para amanhã, porém, caso o consumo caia, não está descartado que o viés de alta observado nos últimos dias perca força.
Segundo Safras&Mercado
Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 202 a arroba, estáveis. Em Uberaba (MG), permaneceram em R$ 197 a arroba. Em Dourados (MS), ficaram em R$ 192 a arroba, contra R$ 191 a arroba ontem. Em Goiânia (GO) o preço indicado foi de R$ 190 a arroba, estável. Já em Cuiabá (MT), o preço seguiu R$ 177 por arroba.
- Vaca Nelore Carina FIV do Kado bate recorde mundial de valorização
- ‘Boicote ao boicote’: cadeia produtiva de bovinos quer deixar o Carrefour sem carne
- Jonh Deere enfrenta possíveis tarifas com sólida estratégia, diz CEO
- Maior refinaria de açúcar do mundo terá fábrica no Brasil para processar 14 milhões de t/ano
- Pecuarista é condenado a 3 anos de prisão por matar mais de 100 pinguins na Argentina
Atacado
Os preços da carne bovina ficaram estáveis. “Ao mesmo tempo em que o mercado se preocupa com a demanda doméstica, há dúvidas sobre como e quanto serão afetados os embarques para importantes parceiros comerciais, principalmente a União Europeia”, disse Iglesias.
Assim, o corte traseiro teve preço de R$ 14 o quilo, estável. A ponta de agulha ficou em R$ 10,70 o quilo. Já o corte dianteiro permaneceu em R$ 11,40 o quilo.