Pecuarista quer R$ 320/@ e frigorífico aumenta compras

Pecuarista não quer saber de queda de preço e mira arroba a R$ 320,00 com a indústria aumentando as ofertas e o volume de compras de boi gordo pelo país!

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta terça-feira, 23, nas principais praças pecuárias pelo país. Como esperado, a escassez de oferta ainda dá o tom das negociações, subindo os preços da matéria-prima, fazendo com que as indústrias tenham muitas dificuldades na composição de suas escalas de abate, posicionadas agora entre dois e quatro dias úteis.

Pecuarista retém as fêmeas de olho nos preços da reposição e dificulta a vida dos frigoríficos que aumentam as ofertas, principalmente pelas novilhas. As cotações do boi gordo e da novilha gorda subiram R$2,00/@ na comparação feita dia a dia.

Segundo apurado pela Scot Consultoria, impulsionadas pela oferta enxuta, as indústrias paulistas aumentaram a oferta de compra para o boi gordo. Para novilhas gordas a referência hoje está em R$301,00/@, preço bruto e a prazo. Já a cotação da vaca gorda permaneceu estável, em R$283,00/@, nas mesmas condições.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 312,91/@, na terça-feira (23/03), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 294,41/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 298,74/@.

O indicador do boi gordo do Cepea superou os R$ 315 por arroba pela primeira vez dentro da série histórica, porém nesta terça-feira fechou com desvalorização e cotado a R$ 313,80. A cotação variou 1,19% em relação ao dia anterior e passou de R$ 311,5 para R$ 315,2 por arroba. Sendo assim, no acumulado do ano, o indicador valorizou 17,99%. Em 12 meses, os preços alcançaram 57,88% de alta.

Ainda segundo o app da Agrobrazil, uma das ferramentas que se tornou aliada do pecuarista, traz informações importantes sobre a necessidade de compra das indústrias, separadas por estado. Confira na imagem abaixo e baixe agora o app para ficar por dentro de tudo!

Na avaliação da consultoria, a retirada dos compradores do mercado não se mostrou suficiente para acalmar a especulação altista em torno dos preços dos animais terminados. “Os produtores rurais adotam estratégia segurar lote no pasto, de olho nos elevados custos de produção”, ressalta a consultoria.

Segundo dados do IBGE, o abate de bovinos apresentou retração de 8,5% em 2020, após três anos consecutivos de crescimento. Porém, relata a IHS, “o período climático favorável às pastagens está terminando, colocando o mercado em alerta para futuras mudanças na dinâmica dos preços da arroba do boi gordo”.

“O volume de animais de pasto segue insuficiente, cenário que deve mudar apenas com a perda de qualidade das pastagens, entre os meses de maio e junho. Ou seja, o mercado vai ter de conviver com um ambiente pautado pela restrição de oferta por ao menos mais quarenta dias”, assinala Iglesias.

Exportações de carne bovina in natura

Até a terceira semana de março o Brasil exportou 88,76 mil toneladas de carne bovina in natura, com faturamento de US$406,90 milhões (Secex). A média diária embarcada no período (5,91 mil toneladas) caiu 3,1% em relação ao início do mês (6,10 mil toneladas). Apesar do recuo, as exportações estão 3,4% maiores em relação a março de 2020 (5,72 mil toneladas).

Mercado Futuro

Após dois dias seguidos de quedas, a terça-feira foi de recuperação dos contratos futuros na B3, apesar da baixa liquidez. O abril/21 foi o contrato com maior valorização do dia, acumulando 0,92% ante a véspera e fechando o dia cotado a R$ 308,50/@. O maio/21, contrato mais negociado do dia, encerrou cotado a R$ 301,75/@, valorização diária de 0,65%. No físico, poucos negócios e a referência nos R$ 315,00/@ em São Paulo.

Giro do boi gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 315 – R$ 316, ante R$ 315 na segunda.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, inalterado.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 305, estável.
  • Em Cuiabá, o valor registrado foi de R$ 302 – R$ 303 a arroba, ante R$ 301.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 309 – R$ 310 a arroba, ante R$ 309 a arroba.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios sugere por menor espaço para reajustes no curto prazo, avaliando as dificuldades macroeconômicas que se somam neste início de 2021.

“Este tipo de ambiente ainda aponta para a predileção do consumidor médio para proteínas mais acessíveis, ou seja, a carne de frango segue com a preferência da população em geral”, disse
Iglesias.

Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 20,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,30 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 16,50 o quilo.

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