Pecuarista não quer mais vender o boi

Todos querem comprar, mas ninguém quer vender. O pecuarista não quer mais vender o boi e o Mercado Futuro atingiu a máxima. Confira!

Na Bolsa Brasileira (B3), as negociações do mercado futuro do boi pararam ontem em função dos contratos terem atingido um novo limite de alta. No caso do mercado físico, os pecuaristas estão cautelosos para fechar novos contratos devido as valorizações significativas dos últimos dias.

Segundo o Consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone, Caio Toledo Godoy, na semana passada esse fato ocorreu e logo em seguida os preços recuaram na sessão da última quinta-feira.

“Todos querem comprar, mas ninguém quer vender. Quando essas movimentações são muito fortes e rápidas a bolsa de valores pára e esperar o animo acalmar”, comenta.

Um dos fatores que tem motivado as indústrias a buscaram por animais com mais afinco é a demanda interna que começou a melhorar. “Esse movimento é um primeiro ponto a ser destacado, já que temos uma melhora da economia e a época do ano que estamos com as festas do final de ano”, destaca.

O segundo ponto é o fator externo com as exportações chinesas aquecidas e a questão cambial.“A questão do dólar elevado deixa a carne brasileira competitiva internacionalmente e o apetite chinês que parece não ter fim, na qual está contribuindo para as exportações”, ressalta.

Do lado da oferta, o consultor destaca que é preciso levar em consideração que alguns pecuaristas estão retraindo as vendas diante das altas expressivas no mercado.

“Tem uma redução da oferta de animais, mas está sendo agravada com pecuaristas cautelosos para negociar. Por isso, o boi de R$ 200,00/@ já uma realidade no Brasil e está vindo para ficar por um bom tempo”, informa Godoy. 

Faltou boi em MT, mas abates continuaram em alta

Mesmo com a confirmação de forte escassez de animais terminados, registrada ao longo deste período de entressafra, o Mato Grosso tem conseguido elevar o número de bovinos abatidos. Em outubro, foram levadas ao gancho 538,6 mil cabeças no Estado, um avanço de 9% em relação ao mês anterior (494,2 mil).

Os dados foram apresentados por Marianne Tufani, analista de Bovinocultura de Corte do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), com base no levantamento mais recente do Instituto de Defensa Agropecuária do Mato Grosso (Indea).

Na comparação com outubro de 2018, quando foram abatidas 498,1 mil cabeças, houve aumento de 8%.

Na avaliação do Imea, a maior parte dos animais abatidos no Mato Grosso envolveu entregas de contratos a termo. Ou seja, “para aqueles frigoríficos do Estado que não realizaram este tipo de negociação, houve dificuldade em fechar as programações de abate”.

De acordo com o instituto, em outubro, as escalas de abate dos frigoríficos que operam em Mato Grosso ficaram em torno de 5,95 dias. O período é 5% menor, na comparação com setembro deste ano e 12% inferior à programação registrada em outubro de 2018.

Recomposição de matrizes

Chama a atenção o movimento recente de maior retenção de fêmeas nas fazendas de Mato Grosso. Em outubro passado, foram levadas ao gancho 162,3 mil fêmeas, o que representa uma queda de 3% sobre o volume registrado no mês anterior, de 167,6 mil cabeças, informa Marianne.

Na comparação o com pico mensal de abate de fêmeas no Estado, deste ano, de 256,3 cabeças registradas em janeiro, em outubro/2019 as matanças da categoria caíram 36,6%.

Compre Rural com informações do Notícias Agrícolas e Portal DBO

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