A cafezinho é a planta mais perigosa e a que mais mata bovinos no país; pecuarista mostra como identificar facilmente a planta “erva mata boi” nas pastagens
As redes sociais possibilitam muitas atividades positivas e facilitam a vida de pessoas e instituições, elas criaram espaços para novos tipos de negócios, novos empregos, novas formas de comunicação. Uma das grandes vantagens é a comunicação instantânea que as redes sociais oferecem. O homem do campo vem se aproveitando cada dia mais dessa ferramenta tão poderosa, e vem usando-a para propagar os conhecimentos, que desde então, era passado de geração em geração de forma orgânica.
O pecuarista Dênis Alves Silva de Ariquemes no Estado de Rondônia usou suas redes sociais para mostrar como identificar a planta palicourea marcgravii mais conhecida como cafezinho ou ainda Erva-de-rato. “Para quem não conhece essa é a famosa erva “cafezinho” ou conhecida também como “Vick” devido ao seu forte cheiro de vick vaporub, medicamento conhecido por aliviar a congestão nasal” – relatou Diego em suas redes sociais.
Confira o vídeo completo:
Durante a estiagem ou ainda períodos com escassez de alimentos é o momento que os animais, principalmente os bovinos, mais se intoxicam com ervas, pois acabam comendo elas por fome. Também é possível notar uma maior incidência de animais intoxicados quando o pasto está praguejado demais e com ervas daninhas em excesso. Devido a sua alta palatabilidade, ocorre mesmo em pastos com forragem abundante. Ela é capaz de matar um bovino de forma rápida e “imperceptível”.
Palicourea marcgravii — erva-de-rato, café-bravo, cafezinho, erva-café, roxa, roxinha, vick
Essa é a planta mais perigosa e a que mais mata bovinos no país. É encontrada em todo o território nacional — exceto no Sul e no Mato Grosso do Sul — e tem alta ocorrência na região amazônica. A erva-de-rato não tolera exposição ao sol, se desenvolve em terras firmes com alta pluviosidade e cresce em capoeiras, beira de matos e em pastos recém-formados (áreas de mata transformadas em campos de criação).
Devido a sua alta palatabilidade, os bovinos a ingerem em qualquer período do ano, mesmo em pastos com forrageira abundante. Com efeitos cumulativos, suas folhas e frutos são altamente tóxicos, sendo que a dose letal é de 0,6 g/kg, isto é, basta que um boi de 300 kg ingira 180 g para se intoxicar.
Sintomas como desequilíbrio do trem posterior, tremores musculares, taquicardia, dispneia, queda em decúbito esterno-abdominal e depois lateral, mugido e convulsão podem ser observados de 5 a 24 horas após o consumo. A partir do início dessas manifestações, o animal pode morrer em um intervalo de 15 minutos.
Plantas tóxicas e a pecuária
Todo pecuarista que cria seu gado solto no campo precisa ter um conhecimento mínimo sobre botânica, tanto para escolher o melhor pasto para o rebanho quanto para evitar a proliferação de plantas tóxicas para bovinos.
As ações de manejo da propriedade estão incluídas no conjunto de boas práticas de sanidade animal, já que a ingestão de determinados tipos de vegetação provoca danos diversos à saúde animal. Dependendo da quantidade consumida ou do nível de toxicidade da espécie de planta, as consequências podem ser fatais — essa é, inclusive, uma das principais causas de perdas de animais adultos no país.
Já foram registradas mais de 50 espécies de interesse toxicológico para a pecuária brasileira, todo cuidado é pouco!