Pecuarista encomenda “chuva” pelo celular

Está faltando água na sua fazenda? Veja como resolver esse problema usando a tecnologia e a gestão, além de aumentar a produtividade e lucro da propriedade!

“Você já ouviu daquele ditado que você tem que fazer de um limão uma limonada? Tem muito pecuarista que fica reclamando da situação do pasto, do preço da arroba e não faz nada para mudar. O que nós temos que fazer é de um limão, uma limonada. Dos problemas, a gente tem que fazer solução”, disse o engenheiro agrônomo, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária Wagner Pires, autor do livro “Pastagem Sustentável de A a Z”.

É exatamente este o comportamento do médico e pecuarista Fábio Oliveira, titular da Fazenda Recanto do Sabiá, localizada em São João do Piauí, um município da região dos Semiáridos Piauienses que tem pouco mais de 22 mil habitantes e economia baseada na pecuária e agricultura familiar.

O sucesso não vem apenas do investimento financeiro, é preciso estar atento a gestão desse investimento e da busca por soluções para os problemas!

Wagner Pires registrou em visita recente à propriedade um exemplo de solução criativa encontrada pelo produtor para o ponto fraco de sua fazenda de pecuária de corte. Com um solo fértil, mas déficit hídrico (na região, o volume anual de chuvas fica entre 500 e 600 mm), o pecuarista buscou um sistema de irrigação para aumentar a produtividade das pastagens, aumentar a lotação e produzir mais uniformemente ao longo do ano.

“Nós implantamos o conceito da irrigação localizada e quebramos alguns paradigmas daquelas antigas irrigações, em que se jogava muita água fora, sem critério de tempo de irrigação e com muito gasto de energia. Então a gente conceituou de uma forma hoje que se faz na fruticultura, com pouca água e alta frequência e trazendo, com isto, automação, fertirrigação. É o que se aplica hoje no Vale do São Francisco na fruticultura”, comparou Whoton, consultor do projeto de irrigação da Fazenda Recanto do Sabiá.

“Em tempos em que a gente está falando a todo momento de otimizar, desmatar menos, fazer áreas sustentáveis e mais produtivas, a irrigação vem como uma solução. A gente tem terras de boa qualidade e também uma água no subsolo de qualidade e abundante. Então a gente pode, sim, fazer com modernidade, com um pouco de investimento, mas também com bastante critério, um sistema intensivo e moderno, que consiga se diferenciar”, ressaltou o proprietário Fábio Oliveira.

Outra inovação do sistema é que as áreas de pastagens foram divididas em piquetes independentes cuja irrigação pode ser acionada especificamente para cada um, e tudo isto controlado à distância pelo celular, conforme exemplificou o pecuarista.

Com a área irrigada, o produtor pôde escolher com mais critério a forrageira a ser utilizada na formação do pasto e, agora, pretende avançar ainda mais em produtividade com adubação e outros manejos para a pastagem.

“Ele foi buscar um material híbrido de Brachiaria brizantha para produzir mais, não ficou nas gramíneas que todo mundo está usando. Ele usou irrigação, agora trouxe o Wagner Pires aqui e nós vamos intensificar as pastagens dele, vamos adubar, vamos produzir mais o ano inteiro. Vamos gerar resultado e vamos fazer sucesso, números diferentes para o nosso Brasil”, projetou o agrônomo.

“É isso que o pecuarista que assiste o Giro do Boi tem que fazer também, tem que inovar, tem que fazer produzir mais porque o Brasil pode. Nós temos luz, temos calor. Se falta água, ele botou a irrigação. Então o pecuarista tem que ser criativo e inovar”, provocou o consultor especialista em pastagens.

Compre Rural com informações do Giro do Boi

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