A procura por subprodutos do milho que possam baratear a nutrição, principal custo no confinamento, é uma estratégia lucrativa, veja o exemplo!
Cresce procura por subproduto do milho na alimentação do gado em Mato Grosso. DDG é rico em proteínas e está com preço menor que o farelo de soja, também muito utilizado na ração do gado.]
A procura pelo DDG, um subproduto do milho, está grande em Mato Grosso. Ele contém mais proteína que o farelo de soja, outro alimento muito utilizado na ração, e tem um preço menor.
O DDG e WDG, são co-produtos da produção de etanol, gerados a partir da fermentação de grãos (por exemplo: milho e sorgo), disponíveis nas formas seca e úmida. Ambos co-produtos, são largamente utilizados nos Estados Unidos há mais de cem anos.
Entretanto, o grande crescimento ocorreu nos últimos vinte anos, pela expansão da indústria de etanol americana. Como a maioria dos co-produtos da agroindústria, a composição pode variar.
Em pesquisa realizada na FMVZ-UNESP-Botucatu, utilizamos uma carga de WDG com cerca de 32-33% de proteína, 4,6% de gordura total e 56% de FDN (fibra), a qual possui alta digestibilidade.
A usina em que o engenheiro Adriano Soriano trabalha faz o processamento do produto. Por dia, são produzidas 42 toneladas do alimento concentrado.
A procura tem sido tanta que as entregas precisam ser agendadas com antecedência. “Nós temos uma fila de espera de mais ou menos umas três semanas”, afirma.
No estado, as usinas que produzem etanol a partir do milho têm previsão de fabricar 810 mil toneladas de DDG este ano.
Com cerca de 34% de proteína, ele é indicado para alimentação animal. E o preço pago pelos criadores é atrativo. A tonelada está custando em torno de R$ 550 para retirar na indústria.
O farelo de soja, outro produto muito usado na ração, custa quase o dobro na região de Sorriso.
O pecuarista diz que os custos diminuíram: a economia foi de R$ 0,05 por cabeça confinada!
Na propriedade do pecuarista Eduardo Crestani, o DDG entrou na alimentação das mais de 10 mil cabeças há três anos e está presente em 25% na dieta do gado: é o principal alimento.
O pecuarista diz que os custos diminuíram: a economia foi de R$ 0,05 por cabeça confinada. “Em uma média de 100 dias de confinamento, colocando esse decréscimo de R$ 0,05 na dieta, daria em torno de R$ 50 mil no ciclo”, calcula.
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Como é um alimento com baixo teor de amido (possui cerca de 1% de amido residual) e alto teor de fibra digestível, sua inclusão em dietas de alta energia, colabora para redução de riscos de distúrbios digestivos, como acidose.
Esses co-produtos durante muito tempo foram utilizados somente como alimento proteico alternativo. Atualmente sabemos que também pode ser incluído em maiores níveis na dieta (na FMVZ-UNESP utilizamos em até 45% da matéria seca da dieta para bovinos F1 Angus-Nelore, sem efeitos negativos sobre o desempenho).
Compre Rural com informações do Globo Rural