Pecuarista dita o preço e arroba segue a R$ 350,00

Os pecuaristas seguem vencendo a queda de braço com as indústrias, já que os preços da arroba se mantêm em patamares elevados; Ágio para o Boi China cresce!

O mercado físico de boi gordo registrou preços firmes nesta quarta-feira, 02, com uma grande queda de braço entre os players do mercado. O momento é complicado para os frigoríficos que trabalham apenas com o mercado interno, já aqueles com destino a exportação conseguem operar com maior demanda. Mas, de forma geral, o mercado brasileiro do boi segue travado, registrando poucos negócios nas principais praças brasileiras.

Diante desse cenário, segundo alguns analistas, os produtores seguem vencendo a queda de braço com as indústrias, já que os preços da arroba se mantêm em patamares elevados. Ainda dentro dessa disputa, o que chama atenção é o aumento do ágio para os animais que atendem aos critérios de exportação.

Os preços se mantiveram estáveis por mais um dia. Com isso, a referência para arroba do boi gordo acumula dezesseis dias de estabilidade. Com isso, o boi gordo está sendo negociado em R$337,00/@, a vaca gorda em R$303,00/@ e a novilha gorda em R$325,00/@, preços brutos e a prazo.

Ainda em São Paulo, as escalas de abate dos frigoríficos atendem, em média, cinco dias, acrescenta a consultoria. O destaque, conforme dito acima, ficou para os animais que atendem o “Padrão China”, essa categoria teve ágio de até R$ 25/@, segundo as negociações informadas nesta terça-feira.

Os pecuaristas de Olímpia, no estado paulista, informaram negociações de R$ 350,00/@ – sendo, R$ 25,00 de bonificação China – com pagamento à vista e o abate programado para o dia 11 de fevereiro. Veja a imagem abaixo com os detalhes da negociação.

Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 345,59/@, na quarta-feira (02/02), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 334,06/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 308,45@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 331,91/@.

O preço do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, fechou o dia com valorização, recuperando parte das perdas do dia anterior, com sinal de uma baixa fluidez no mercado durante o dia de ontem. Sendo assim, os preços da arroba do boi gordo na média paulista saltaram de R$ 333,90/@ para o valor de R$ 334,70/@. Com isso, os preços seguem acima de R$ 320,00/@ nos últimos 30 dias úteis, conforme o gráfico abaixo.

Na avaliação da IHS Markit, o mercado brasileiro do boi gordo segue em ritmo de cautela, em ambas as pontas do setor. Do lado dos compradores, diz a IHS, as vendas de carne bovina no mercado doméstico seguem fracas, efeito de um consumo interno prejudicado por fatores macroeconômicos (inflação, desemprego, entre outros).

Com isso, as indústrias frigoríficas adotam estratégias operacionais que visam conter a formação de estoques excedentes, buscando um maior equilíbrio entre oferta e demanda, sem que seja necessário reduzir os preços da mercadoria ao consumidor final.

No lado de dentro das porteiras, além da baixa oferta de animais prontos para abater, muitos pecuaristas seguram lotes no campo em função das boas condições de pasto em algumas regiões do Brasil. Neste momento, o objetivo dos pecuaristas é barganhar preços ainda mais alto pela arroba do boi, já que os custos de produção e reposição também seguem nas alturas.

Nesse contexto, o papel das exportações vem sendo crucial, sobretudo nas plantas frigorificas que possuem maior participação no mercado externo, acrescenta a consultoria.

Exportações

O desempenho da exportação na última semana de janeiro foi de 33,08 mil toneladas de carne bovina in natura, totalizando 140,54 mil toneladas embarcadas no mês, um recorde. Esse volume é 30,9% maior comparado ao mesmo período do ano passado, e 20,1% maior que o recorde histórico alcançado em janeiro de 2020, quando o Brasil embarcou 117 mil toneladas de carne bovina.

novilho precoce mato grosso do sul
Foto: Alexandre Raffi

De acordo com o analista de mercado Hyberville Neto, a China retomou o ritmo de compras do Brasil. “O país voltou comprando bem e pagando bem”, diz. Em 2021, o gigante impôs um embargo de mais de 90 dias a carne brasileira.

De forma resumida, os frigoríficos que operam apenas no mercado doméstico vêm enfrentando maiores dificuldades operacionais. Por sua vez, os frigoríficos que atuam na exportação, principalmente aqueles que exportam para a China, desfrutam de uma situação muito mais confortável na formação de suas receitas, justificando o patamar de preços recorde para os animais que cumprem os requisitos de exportação para esse mercado

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 341, ante R$ 339 na terça-feira.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 312, ante R$ 313.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 314, contra R$ 313.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 325 por arroba, estáveis.
  • Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 320 para a arroba do boi gordo, inalterada.

Atacado

Os preços da carne bovina caíram no atacado. Mesmo durante a primeira quinzena do mês o ambiente é muito difícil, considerando a descapitalização do consumidor médio. Os últimos meses já foram de perda do poder de consumo da população. O início do ano é um período difícil, considerando uma série de despesas tradicionais. “Nesse ambiente a população opta por proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango”, assinalou Iglesias.

O quarto traseiro foi precificado a R$ 23,30 por quilo, queda de R$ 0,20. Quarto dianteiro foi cotado a R$ 15,40, queda de R$ 0,10. A ponta de agulha foi precificada a R$ 13,90, queda de R$ 0,10.

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