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A tentativa de reduzir os preços da arroba não tem sido eficaz, já que as exportações de carne bovina continuam fortes, o que estimula a demanda pela originação do boi gordo que atingiu R$ 234,40/@; Veja o que esperar
O mercado físico do boi gordo iniciou a segundo semana de agosto com preços firmes pelas principais praças pecuárias do país, apontaram as principais consultorias que acompanham o mercado. A lentidão foi dominante, em um dia que algumas indústrias permaneceram ausentes da compra de gado, cenário comum para uma segunda-feira. Entretanto, embora os frigoríficos brasileiros continuem se esforçando para reverter a tendência de alta, os preços do boi gordo seguem firmes na maioria das praças pecuárias, mantendo o viés de alta.
Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o mercado ainda carrega algum otimismo em torno da primeira quinzena de agosto, período pautado por bom consumo.
O boletim diário da Scot Consultoria, apontou que o mercado do boi gordo iniciou a semana com preços estáveis e com as escalas de abate bem posicionadas e atendendo a uma média de 10 dias. A arroba do boi gordo está cotada em R$227,00, a da vaca em R$202,00 e a da novilha em R$217,00, preços brutos e com prazo.
Já o “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está cotado em R$230,00/@, preço bruto e com prazo, ágio de R$3,00/@. Apoiado em um bom momento das exportações que seguem aquecidas, aproveitando o momento do câmbio – veja abaixo o valor do dólar.
O indicador próprio da Agrifatto – consultoria que acompanha o mercado brasileiro – (baseado em 17 praças brasileiras) apresentou um acréscimo de 1,2% na comparação com a semana anterior, apresentando um valor médio de R$ 230,42/@. Por outro lado, o indicador Cepea (média praça paulista) registrou mais aumento semanal de 0,54%, fechando nesta segunda-feira cotado em R$ 234,40/@.
“A tentativa de redução dos preços da arroba tem sido ineficaz, pois as exportações de carne bovina seguem fortes, estimulando a busca pela matéria-prima (boiadas gordas)”, relatam os analistas de mercado.
A recuperação do preço do boi gordo também está ligada à redução na oferta de animais prontos para o abate, especialmente devido à menor disponibilidade de vacas de descarte, que foram predominantes nos abates no primeiro semestre deste ano, apontou ainda a Agrifatto.
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“Mesmo aumentando o preço pago pelo boi gordo, as programações de abate das indústrias brasileiras não evoluem”, afirma a Agrifatto. Ou seja, ainda há um certo conforto nas escalas das indústrias, mas é nítida as dificuldades seguem tendo para alongar suas programações, que seguem estáveis a quatro semanas.
A Agrifatto destaca que a desvalorização cambial recente tem aumentado a competitividade do boi gordo brasileiro. Com o dólar a R$ 5,75, exportadores recebem mais reais por cada dólar, melhorando suas margens e tornando a commodity mais competitiva internacionalmente. Atualmente, o boi gordo brasileiro está em torno de US$ 40/@, o menor nível desde maio/2020 e o mais barato entre os grandes exportadores de proteína bovina.
“Não é possível cravar que isso irá ocorrer, no entanto, há espaço claro para que a indústria faça alguns reajustes no preço da arroba”, analisa a Agrifatto.
A consultoria prevê espaço para valorização adicional do boi gordo no Brasil, projetando um preço de US$ 43,80/@, o que resultaria em R$ 249,66/@ em São Paulo, representando uma alta de 7% frente aos valores atuais. No entanto, essa valorização está projetada para ocorrer apenas em janeiro de 2025. A Agrifatto ressalta que, apesar das incertezas, há margem para ajustes no preço da arroba pela indústria.
Cabe ressaltar, porém, em relação a competição com outras fontes de proteína, como é o caso da carne de frango que enfrenta incertezas quanto ao posicionamento de grandes compradores que, ainda, não retomaram as compras de produtos avícolas brasileiros.
“Agosto também é um período importante para a entrada de animais de confinamento no mercado, com grande incidência de contratos a termo nesta temporada. O mercado segue atento ao posicionamento dos grandes compradores de carne de frango do Brasil, que ainda não retornaram a compra de produtos avícolas brasileiros, em especial a China”, completou Iglesias.
Preços da arroba do boi pelas praças pecuárias do Brasil
- São Paulo: R$ 230,62
- Goiás: R$ 224,57
- Minas Gerais: R$ 221,88
- Mato Grosso do Sul: R$ 228,16
- Mato Grosso: R$ 209,31
Mercado atacadista
O mercado atacadista abre a semana com preços firmes. Segundo Iglesias, a expectativa ainda é de alta dos preços, considerando que além da entrada dos salários há o adicional de consumo durante o Dia dos Pais. “Soma-se a isso um intenso e constante ritmo de exportação, que ganha ainda mais relevância em um momento de franco enfraquecimento das moedas emergentes. Como ponto de atenção segue a situação da principal concorrente da carne bovina, a carne de frango que ainda conta com incertezas em meio às suas exportações”, disse.
O quarto traseiro do boi segue precificado a R$ 17,00 por quilo. A ponta de agulha ainda é cotada a R$ 12,50 por quilo. O quarto dianteiro segue no patamar de R$ 13,00 por quilo.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,53%, sendo negociado a R$ 5,7397 para venda e a R$ 5,7377 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,7134 e a máxima de R$ 5,8650.
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