A novidade, que será lançada hoje, inclui o uso da tecnologia de monitoramento por satélites da Airbus; Batizada de “Pastagem Protegida – Índice”!
Seguradoras e resseguradoras brasileiras e estrangeiras uniram-se para criar um modelo inédito de seguro “de índice”, que cobrirá perdas de pastagens causadas por eventos climáticos, principalmente a seca. A novidade, que será lançada hoje, inclui o uso da tecnologia de monitoramento por satélites da Airbus.
Batizada de “Pastagem Protegida – Índice”, a ferramenta foi elaborada pelas resseguradoras Scor e IRB Brasil e pela seguradora Essor. As operações de campo serão gerenciadas pela AgroBrasil, braço agrícola da Essor no país.
O seguro de índice, também conhecido como “paramétrico”, baseia-se em históricos de eventos naturais para calcular a probabilidades de ocorrência ou não de problemas climáticos em uma área determinada.
Caso esse índice seja alcançado, a cobertura pode ser acionada. Segundo as empresas envolvidas, esse é o primeiro seguro paramétrico de pastagens do país e também o primeiro para a agropecuária em geral que utiliza imagens de satélites de passagem.
“Esse tipo de produto pode ser um divisor de águas e dará suporte aos produtores na adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis”, disse, em comunicado, Laurent Rousseau, CEO da Scor Global.
O modelo tem por base o Índice de Produção de Pastagem da Airbus Defesa e Espaço (GPI). A ferramenta combina tecnologia de detecção remota com informações sobre o clima para monitorar regularmente áreas de pecuária e estimar perdas de produção causadas por eventos climáticos.
Com base nessas informações, a AgroBrasil indenizará os pecuaristas que tiverem prejuízos nas pastagens. Os produtores poderão usar o dinheiro do seguro para comprar forragem para alimentar o gado, além de permitir aos pecuaristas aumentar a produção por hectare sem precisar de terra adicional para pasto.
- Jonh Deere enfrenta possíveis tarifas com sólida estratégia, diz CEO
- Maior refinaria de açúcar do mundo terá fábrica no Brasil para processar 14 milhões de t/ano
- Pecuarista é condenado a 3 anos de prisão por matar mais de 100 pinguins na Argentina
- Nova CNH em 2025 só para carros automáticos? Entenda
- Mulheres no café: concurso Florada Premiada da 3 Corações exalta e premia produtoras
“O que mais preocupa é a seca, que exige que o produtor leve o gado para outra área ou compre silagem. É um risco catastrófico, que afeta também os pecuaristas vizinhos. Com os preços de insumos e ração em alta, a receita do produtor acaba afetada”, disse ao Valor Laura Neves, CEO da AgroBrasil.
A vice-presidente executiva de Resseguros do IRB Brasil, Isabel Blazquez Solano, disse em nota que, com o produto, a indústria do seguro consegue transferir ganhos potenciais de forma efetiva aos pecuaristas por meio da transformação digital no agronegócio.
As empresas mapearam áreas com pecuária extensiva e mais variações climáticas, como as regiões Centro-Oeste e Sul, Triângulo Mineiro, interior de São Paulo e localidades na Bahia.
- Vacas têm “melhores amigas” e sofrem com separações, revela pesquisa
- Bananas: Descubra os principais tipos e suas variedades
- Terra Roxa: Descubra suas origens e os segredos para cuidar do solo vermelho
- Maiores fazendas do mundo que você não conhecia
- Pesquisadores criam pão feito com farinha de jabuticaba que pode ser consumido por diabéticos
Laura Neves explica que o satélite consegue definir índices para pequenos perímetros de terra, o que permite uma análise detalhada da produção tanto de grandes áreas de pecuária extensiva quanto de núcleos de atividade familiar. A ferramenta “Pastagem Protegida – Índice” poderá ser acessada via plataforma online fornecida pelas empresas.
O seguro paramétrico de lavouras já existe no Brasil, apesar de não ser tão disseminado. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) está desenvolvendo um projeto para fornecer dados a uma plataforma única com indicadores para esses modelos de cobertura.
Fonte: Valor Econômico.