Pesquisa realizada com mais de mil produtores revelou que apenas três atividades ligadas ao setor de proteína animal seguem com saldo positivo
As produções de suínos, aves e leite enfrentam custos até 25% maiores do que o faturamento em 2018, aponta o balanço econômico de receitas e despesas elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O levantamento faz parte do projeto Campo Futuro.
Segundo o superintendente técnico da instituição, Bruno Lucchi, esses setores viveram uma das maiores crises dos últimos anos por causa do alto preço do milho.
“(Isso ocorreu) Em função da quebra da safra argentina”, afirma. Outros motivos por trás dos prejuízos seriam o fechamento de pelo menos 15 frigoríficos que exportavam para a União Europeia e a greve dos caminhoneiros.
Os fertilizantes estão 16% mais caros do que no ano passado e os suplementos minerais, 8%. De acordo com o vice-presidente da CNA, Muni Lourenço, os números são uma referência para o produtor detectar onde mais gasta e tentar otimizar os recursos.
“É um desafio diário para o pecuarista de todo o país: buscar eficiência cada vez mais ampla na administração, na gestão da sua propriedade rural e de seus custos”, diz.
No setor de proteína animal, os únicos setores que apresentaram lucratividade foram a bovinocultura de corte, a aquicultura e a produção de ovos.
Apesar dos resultados positivos, Lucchi avalia que o desempenho poderia ser melhor. “No caso da pecuária de corte, como não tivemos retomada do consumo da carne e sofremos um certo problema em função da operação Carne Fraca, as exportações não foram tão bem. O preço da arroba também não registrou uma elevação significativa”, detalha.
Pesquisa
Os números apresentados pela entidade foram coletados com mais de 1.220 produtores rurais, em 331 municípios de todas as regiões do Brasil.
Fonte: Canal Rural